No último sábado, a exemplo do que faço todos os anos, participei em São Paulo da confraternização dos ex-alunos da Escola Técnica Getúlio Vargas. Foi mais uma oportunidade de reencontrar e matar a saudade dos colegas da tradicional instituição onde obtive, em 1964, um diploma de especialista em Máquinas e Motores. Antes, em Rio Claro, aprendi mecânica na Escola Professor Aprígio Gonzaga (atual Bayeux), que se mantém como referência no segmento educacional que prepara os jovens para o trabalho e, por consequência, tem papel decisivo na geração de emprego e renda. Dessa vez, porém, nossa comemoração ganha sabor especial, pois nesta quarta-feira, a nossa querida Getúlio completará 100 anos de atividades. Para eternizar a data, apresentei na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 419/2011, que institui o Dia do Ensino Profissionalizante, a ser festejado em 28 de setembro. Já aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação, a matéria também conta com parecer favorável do deputado Roberto Engler (PSDB), relator da Comissão de Educação e Cultura. Ao levantar material para justificar a proposta, descobri que as escolas técnicas tiveram origem na chamada "instrução popular", denominação dos estabelecimentos de ensino primário e profissional destinados basicamente aos trabalhadores nacionais e imigrantes, bem como aos seus filhos, os quais, salvo exceções, costumavam seguir a carreira dos pais. Iniciada na época do Império, essa modalidade ampliou-se no Estado republicano, principalmente pelo advento do trabalho livre e do processo de desenvolvimento comercial, urbano e industrial. Por conta disso, foi editado em setembro de 1911 o Decreto 2118-B, que criou no bairro operário do Brás a Escola Profissional Masculina " mais tarde Getúlio Vargas " e a Escola Profissional Feminina " hoje Carlos de Campos ", destinadas ao ensino das artes industriais para o sexo masculino, e de economia doméstica e prendas manuais para o sexo feminino. Seis anos depois, pela Lei Estadual 1635, de 31/12/1918, Rio Claro ganhou a Escola Profissional Masculina, inaugurada em 6/12/1919. Ao final da década de 1920, o ensino profissional oficial funcionava regularmente em várias cidades do Estado. Em 1930, se iniciava uma série de reformas no ensino público, principalmente no campo profissional, determinando a equiparação do ensino profissional ministrado nessas escolas ao curso secundário, a chamada escola acadêmica. Ao mesmo tempo, realizava-se a aproximação do ensino das escolas profissionais oficiais às necessidades do mercado de trabalho de cada localidade. No final dos anos 1950, com a chegada da indústria automobilística ao Brasil, o crescimento desse sistema foi exponencial. Agora, sob o comando do Centro Paula Souza, temos uma rede formada por cerca de 200 escolas técnicas e aproximadamente 50 faculdades de tecnologia em mais de 150 de municípios paulistas. A todos que ajudaram a construir esse patrimônio e aos alunos e ex-alunos da Getúlio, registro aqui minhas sinceras congratulações. *Aldo Demarchi é deputado estadual pelo DEM e 2º secretário da Assembleia Legislativa.