O movimento cromático de Lúcia Hinz constitui a síntese de sua criatividade


23/04/2008 10:53

Compartilhar:


O mundo pictórico de Lúcia Hinz é rico de mistérios. Através de suas imagens a artista repropõe as interrogações que nos envolvem diariamente, assinalando com cenas inusitadas e estilizadas ao essencial.

Ao redor dessas cenas consegue criar uma atmosfera carregada de mistérios e de forte cromatismo que acentuam a expressividade das imagens. Os personagens criados pela artista não são entidades convencionais que apesar de vermos agigantar-se desvanecem por detrás de uma névoa.

Suas obras nos transmitem a impressão de que Lucia Hinz alia dança e música numa mesma atmosfera leve e às vezes movida segundo um ritmo cujos "crescendos" parecem alcançar o ponto alto do vértice.

Por outro lado, o ar, a luz e os sons parecem absorver as figuras que penosamente pretendem prosseguir no seu caminho, tropeçando mas também dançando em direção de sua meta. Encontramo-nos em frente a uma artista que amadureceu seus propósitos e decidiu conduzir um discurso que não pode ser tão somente pictórico, mas que deseja se substanciar também de conteúdos.

O dilatar das dimensões, a procura de um espaço sempre mais amplo em suas telas, fazem parte de uma condição espiritual, ao mesmo tempo que é a meta de um longo discurso.

Na obra Segredo Feminino doada ao Museu de Arte do parlamento de São Paulo, Lucia Hinz inventa novas cores com força e criatividade, mas o faz com um grande amor pela cor e pela matéria da própria cor, o que constitui a síntese de toda sua criatividade artística.



A artista



Lucia Hinz, pseudônimo artístico de Lúcia Araújo de Medeiros Hinz, nasceu em Caiacó, Rio Grande do Norte, em 1957.

Desde adolescente dedica-se à arte e a transforma em solidariedade, atuando na defesa de pessoas menos favorecidas. Exerceu suas atividades sociais e culturais na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo.

Desde 1988 transferiu-se para Alemanha, tendo vivido de início em Munique e atualmente em Aachen. A partir de então desenvolve atividades artísticas e culturais na Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Holanda. Em 2007 ingressou na Academia Brasileira de Belas Artes como acadêmica titular e ocupando a cadeira nº 16, cujo patrono é o pintor italiano Sando Botticelli.

Tem participado de inúmeras exposições individuais e coletivas no Brasil e no velho Mundo e suas obras encontram-se em acervos particulares e oficiais nos Estados Unidos, Europa, Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp