Realizou-se nesta segunda-feira, 13/10, na Assembléia, a Conferência Brasileira contra a Fraude e a Corrupção, solicitada e coordenada pelo deputado Fernando Capez (PSDB). Na reunião, o delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, comentou denúncias feitas por membros do Instituto Brasileiro das Vítimas das Fraudes de Seguradoras e do Sindicato das Indústrias de Funilaria e Pintura, presentes ao plenário. "Hoje, examinando o material a nós enviado percebo que a situação é grave: há uma fraude de grandes proporções envolvendo a colaboração de empresas e até de agentes públicos", disse o delegado. Ele explicou que o segurado, logo após ser vítima de furto ou roubo, acaba tornando-se acusado, por meio de fraude e corrupção, o que permite às seguradoras não ressarcir o cliente. Em vez de ser ressarcido, o segurado vira alvo de coerção do Estado. Um grande passo para a reversão deste quadro é a manifestação organizada da sociedade civil, cobrando atitudes das autoridades. O deputado Capez explicou que há pessoas vítimas de roubo de automóveis que terminam acusadas por seguradoras de roubo do seu próprio carro. Neste caso, a seguradora se serve de cartórios fraudulentos para tornar legítima sua acusação contra o segurado. A propósito da luta contra a corrupção, o delegado Protógenes citou a Operação Satiagraha, comandada por ele, que depois de quatro anos de investigação conseguiu prender o banqueiro Daniel Dantas, o ex-prefeito Celso Pitta, e o empresário Naji Nahas, acusados de desvio de verbas públicas e crimes financeiros. "Nós, enquanto organismo policial, temos de exigir que o Estado nos dê condições de proteger o cidadão, e a sociedade tem de exigir que o Estado cumpra sua função". "O fato de as vítimas de fraudes e corrupção se organizarem já é de grande valia para chamar a atenção das autoridades competentes. Vamos lutar para que a segurança jurídica, hoje dada a uma minoria, seja dada cada vez mais a toda a sociedade", finalizou o delegado da Polícia Federal. Estiveram presentes à reunião o desembargador criminal William Campos, o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil de São Paulo, Sérgio Roque, o presidente do Sindicato das Indústrias de Funilaria e Pintura do Estado de São Paulo, Ângelo Coelho, o presidente do Instituto Brasileiro contra Fraudes de Seguradoras, Rubens Proença, além de outras autoridades policiais e representantes das organizações de vítimas de fraudes.