Opinião - Ao mestre, amigo e eterno deputado Gijo


07/02/2011 16:00

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Todos os dias ao despertar, eu agradeço a Deus por estar vivo e bem disposto, pela esposa, filhos, netas, familiares e amigos maravilhosos que tenho, e pela permissão de desenvolver, no âmbito da Assembleia Legislativa, ações em benefício da sociedade. Também sou grato ao Criador pela oportunidade de conviver com homens e mulheres que, por meio de ensinamentos e atitudes, ajudaram a formar meu caráter e orientaram-me a escolher, na maioria das vezes, o melhor caminho a seguir e a solução mais adequada para diversos tipos de problemas.

No topo da lista, obviamente, estão meus pais, Isidoro e Catarina, sempre zelosos na formação dos filhos e que souberam misturar carinho e amor à exigência do cumprimento dos deveres, respeito ao próximo e honestidade. Candinha, minha esposa há quase 43 anos, reforçou esses conceitos e acrescentou vários outros com seu otimismo e sua crença inabalável de que o bem sempre vence o mal.

No rol daqueles que admiro e reverencio, também ocupa lugar de destaque o eterno deputado de Rio Claro, José Felício Castellano, nosso querido Gijo, que no último domingo, 6 de fevereiro, completou 85 anos de idade com o mesmo entusiasmo de quando ingressou na vida pública há mais de meio século.

Ao escrever esse texto, vasculho a memória e recordo quando meu pai, vereador e empresário em Santa Gertrudes, recebia a visita de Gijo, um jovem correligionário e cabo eleitoral de Jânio Quadros e Carvalho Pinto, célebres políticos da época. Ainda menino, jamais poderia imaginar que no futuro teria uma trajetória semelhante à dele, ao representar nossa região na principal casa de leis estadual do País.

Já adulto, ao votar pela primeira vez, ajudei a mantê-lo na Assembleia Legislativa, de onde saiu por vontade própria após mais de duas décadas de eleições consecutivas. Nessa trajetória, deixou marcas indeléveis, com destaque para a criação da Secretaria de Promoção Social, da qual foi o primeiro titular e que desencadeou uma verdadeira revolução nos programas de governo voltados aos menos favorecidos.

Na sequência, Gijo retomou suas atividades no Serviço Social da Indústria, que ele viu nascer, estruturou e transformou numa das melhores e mais prestigiadas instituições brasileiras. Não é por acaso, portanto, que atualmente exerce o importante cargo de superintendente de Integração do Sesi.

Por esses e dezenas de outros motivos, senti imensa alegria ao recebê-lo no gabinete da 2ª Secretaria da Assembleia, na tarde da última terça-feira. Durante cerca de uma hora e meia, na companhia do deputado e jornalista João Mellão Neto, meu companheiro de partido, conversamos sobre temas da atualidade e fatos marcantes do período em que Gijo atuou no legislativo.

No decorrer da conversa, ao comparar os alunos de hoje aos do passado, Gijo, como sempre brilhante, disse algo que merece profunda reflexão: "A tecnologia permite às crianças chegarem à escola com elevada quantidade de informações, porém muito menos educadas. Nós chegávamos analfabetos, mas tínhamos educação". Agressões a professores e aos colegas, além da depredação de prédios e instalações, não deixam dúvidas de que ele está coberto de razão. Gijo acredita, porém, que esse panorama sombrio pode ser mudado. Para isso, planeja desenvolver um projeto, com apoio do Sesi, da Assembleia, do governo e demais setores interessados, no sentido de envolver as famílias no dia a dia dos estabelecimentos de ensino.

Assim é José Felício Castellano, aos 85 anos, cheio de planos, sonhos e disposição para o trabalho e para ajudar na construção de um mundo justo e fraterno. Parabéns, querido mestre e amigo.



*Aldo Demarchi é deputado estadual e 2ª secretário da Mesa da Assembleia

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