DA REDAÇÃO

A unificação das polícias estaduais foi o tema do painel realizado na tarde desta quinta-feira, 25/4, dentro da programação do II Encontro do Fórum Nacional de Segurança Pública, promovido pela Assembléia Legislativa e pelo Sindicato dos Investigadores do Estado de São Paulo. O principal expositor do painel foi o tenente coronel PM Júlio César Costa, secretário executivo do Programa de Planejamento de Ações de Segurança Pública do Espírito Santo (Pro-Pas).

Para Júlio César Costa, a questão central não é a unificação das corporações, mas o desenvolvimento de uma política de segurança pública guiada, sobretudo, pelo respeito à dignidade da pessoa humana, pela interação comunitária, pela formação integrada dos policiais e pela modernização tecnológica. "Não se pode fazer segurança pública baseando-se apenas na aquisição de bens materiais", afirmou o coronel.

Posição semelhante foi defendida pelo juiz federal Ali Mazloum. Segundo ele, o foco não deve estar voltado para a estrutura, mas para o policial. "A própria sociedade deveria reivindicar melhor remuneração, mais investimento em formação e uma política que oferecesse prêmios para os policiais mais eficientes", disse Mazloum, que se declarou favorável à municipalização do policiamento ostensivo. "A fusão das polícias seria ruinosa, porque o gigantismo da corporação iria inviabilizar o gerenciamento da segurança pública", afirmou.

Na opinião do procurador geral da República Ademar Viana Filho, "de nada importa se a polícia é militar ou civil". De acordo com ele, o mais importante na definição de uma política eficaz de segurança pública é valorizar o policial e definir objetivos.