A paisagem de Liliana Longo, uma mágica da reverberação dos sentidos

Acervo Artístico
13/02/2003 17:40

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Emanuel von Lauenstein Massarani

Liliana nos propõe uma pintura de conotações próprias, isto é, autônomas e independentes, um reflexo exato de sua visão de mundo. Trata-se de uma conquista obtida agindo com rigorosa consciência, moral e estilística, que situa a artista numa bem definida posição do contexto das mais legítimas manifestações expressas pela geração atual.

Devemos observar que para essa pintora o espaço é a sede idônea, na qual insere o detalhamento de um fato interior. Ela capta os dados reais na profundidade do seu "eu", lá onde uma experiência que foi visível se dilui e se decanta transformando-se em palavra reveladora.

Suas atuais obras revelam sobre qual prospectiva é refletida a presente metamorfose: sobre um intenso lirismo, que mesmo "aplacando" contrastes e dissídios, mesmo elevando a imagem numa esfera de pureza, mantém viva a problemática de sua identidade real.

E aqui perguntamos: constitui o real, a concreta certeza ou a substância de um sonho? É o transmitir de uma emoção destinada a se extinguir ou o sinal premonitor de um destino? É o circunscrito conhecimento sensitivo ou o fantasma deformado da memória? Em resumo, é tudo isso ou outras coisas mais?

Na realidade trata-se de uma linguagem perfeitamente alcançada, a tal ponto que as luzes de suas obras, atrás das quais encontramos um leve flutuar de cores, revelam formas quase transparentes. Lá estão claramente reconhecíveis as estruturas onde, em cada obra, está garantido um respiro unitário.

Fugindo de conceitos maniqueístas que assombram certezas tão-somente presumíveis, a artista funde a imagem, a paisagem ou suas naturezas sobre a impalpabilidade do ato de sonhar. Assim é Floresta Mágica, doada por Liliana ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, onde a qualidade de sua pincelada aguada nos transmite uma paisagem celestial, resultado da reverberação dos sentidos de nossa história interior.

A Artista

Desde 1968, participa de exposições coletivas e individuais, sendo as mais significativas: II Prêmio em Croquis na Faculdade Santa Marcelina, São Paulo (1968); Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (1970); III Coletiva dos Artistas Plásticos, Assis (1973); Clube Recreativo, Assis (1978); III Salão de Artes Plásticas do Noroeste, Penápolis (1978); IV Salão de Arte Contemporânea, Jundiaí (1979); I Exposição Nacional de Artes de Marília (1979); III Salão de Arte, Ourinhos (1980); IV Salão de Artes Plásticas do Noroeste, Penápolis (1980); II Salão de Artes Plásticas, Assis (1981); II Salão de Artes Plásticas, Marília (1981); Referência Especial - IV Salão de Artes Plásticas de Assis (1982); Galeria de Artes do Sesc, Bauru (1982); Medalha de Ouro - IV Salão de Artes Plásticas de Assis (1983); Museu da Arte Primitiva de Assis (2002); e Assis Plaza Shopping (2002).

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