CPI Prisional descarta ouvir Furukawa na primeira reunião


30/05/2001 15:11

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Os deputados da CPI Prisional recusaram a oferta do secretário de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, de ser o primeiro a ser ouvido. Segundo o deputado Wagner Lino (PT), "não tem sentido fazer qualquer convocação antes de que a estratégia das investigações seja definida".

Para Lino, é preciso investigar denúncias e apurar algumas informações e somente depois convocar o secretário para prestar esclarecimentos. "Ele não deve vir aqui fazer uma explanação sobre o sistema, temos que ter dados para questioná-lo." Lino disse que a própria Secretaria deve ser alvo de investigações. O deputado descarta a possibilidade de ouvir Furukawa várias vezes. "Podemos perder muito tempo com isso."

Alguns cargos da CPI ainda não foram definidos. A relatoria e a vice-presidência da CPI Prisional serão eleitas na próxima reunião da comissão, que será realizada em 7/6, às 10 horas. O deputado Wagner Lino (PT) é um dos interessados pela relatoria. A linha de atuação da CPI também deverá ser estabelecida na próxima reunião.

Lino diz que é muito importante que a CPI investigue a fundo a corrupção e os crimes cometidos no sistema prisional. "Não podemos ficar na superficialidade, temos que verificar quais são os verdadeiros responsáveis pela situação em que se encontra o sistema. O contato com os agentes penitenciários pode ajudar muito nas investigações, pois eles têm feito muitas denúncias."

O presidente do Sindicato dos Funcionários no Sistema Prisional do Estado de São Paulo, Nilson de Oliveira, disse que é bom que a relatoria seja bem escolhida para que não haja nenhuma dúvida sobre as conclusões da CPI. "A relatoria não pode cair na mão de defensores da Secretaria (de Administração Penitenciária). O relator não pode defender os interesses deste ou daquele", disse Oliveira.

Sobre o fato de o relator não ter sido escolhido na primeira reunião, o presidente do Sindicato afirmou que isso foi até bom. "A partir das declarações dos deputados deu para ver quem está interessado em apurar os fatos e quem quer encobri-los. Se a relatoria tivesse sido escolhida, corria-se o risco de ela cair nas mãos de pessoas erradas".

As reuniões da comissão serão realizadas sempre às quintas-feiras às 10 horas.

(Mais informações, ligue para o gabinete do deputado Wagner Lino - 3886-6842/6853)

alesp