Comissão apura morte de bebês na Santa Casa de Mogi das Cruzes


07/12/2009 17:50

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Fausto Figueira (PT), presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, esteve no dia 2/12 na Santa Casa de Mogi das Cruzes para apurar a situação, acompanhado dos também deputados João Barbosa (DEM) e Luis Carlos Gondim Teixeira (PPS). Eles foram recebidos pelo provedor da instituição, Anatalino Rodrigues. A UTI neonatal do centro cirúrgico e do berçário daquele hospital foram fechados no dia 16/11 pela Vigilância Sanitária estadual, após a morte de oito bebês por infecção hospitalar.

Os parlamentares se comprometeram a solicitar audiência com o secretário da Saúde para a liberação das verbas necessárias para a reabertura do setor hospitalar, que é referência para parto de risco e atende pacientes de todo o Alto Tietê. Fausto lembrou, entretanto, que é preciso a contrapartida da instituição: "O problema não é só de recursos, mas de gestão. A Vigilância Sanitária, quando aponta erros graves, deve ser atendida. Improvisação em medicina é desastre certo, mesmo com boa vontade."

O deputado enfatizou ainda que é preciso cobrar da prefeitura do município, já que Mogi conta com gestão plena na área de saúde. Fausto também fez críticas à atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O provedor Anatalino Rodrigues atribui as mortes dos bebês à superlotação da UTI neonatal, que tem capacidade para seis leitos, mas costumava receber de dois a três recém-nascidos a mais por dia. Até a interdição, a santa casa, que atende somente pelo SUS, realizava em média 400 partos por mês e, segundo Anatalino, o déficit entre o valor pago pelo SUS e o custo por leito chegava a 50%. Com a interdição, as parturientes estão sendo transferidas para instituições públicas de Suzano, Ferraz de Vasconcelos e Itaquaquecetuba.

Fausto Figueira encaminhará ao Ministério Público o relatório da Vigilância Sanitária, acrescentando considerações pessoais.



ffigueira@al.sp.gov.br

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