Da assessoria do deputado José Caldini Crespo

O deputado José Caldini Crespo (PFL) posicionou-se contrário à iniciativa da Viaooeste de alterar o projeto de duplicação da rodovia Raposo Tavares, na região de Brigadeiro Tobias, deixando de construir o contorno para dar seqüência à pista rente à ferrovia. Para o deputado, essa alteração, além de contrariar os moradores da região, ela também ocasionará mais atrasos ainda na execução daquela obra, seja no traçado original ou no que está agora sendo sugerido

Num trecho de aproximadamente quatro quilômetros, o tráfego rodoviário da Raposo Tavares confunde-se com a movimentação urbana em Brigadeiro Tobias, onde passa a ter o nome de avenida Bandeirantes. Para resolver esse problema, o projeto de duplicação prevê a construção de um contorno pelo lado oeste de Brigadeiro, ligando os quilômetros 85,6 e 90,9.

Esse traçado, prevendo obras de interseções naqueles pontos e a construção de sete viadutos (sobre a ferrovia, a rua Lucio Lázaro Diniz e estradas da Caputera, dos Leite, do Quirino e de Inhaiba), inicialmente, ficou sob a responsabilidade do DER.

Recentemente, contudo, houve uma alteração substancial do contrato para a duplicação da Raposo Tavares, com o governo estadual, que concordou que ela seja concluída só em 2017. Por esse acordo, a Viaoeste ficou responsável pela execução das obras do contorno de Brigadeiro, cujo início, segundo informações da própria empresa, deveria ter ocorrido no dia primeiro deste mês, informa Caldini Crespo.

"Estranhamos que, ao invés de iniciar as obras do contorno, tal como prevê o projeto de duplicação da rodovia Raposo Tavares, a Viaoeste apresente agora uma proposta alternativa, pretendendo dar seqüência à ligação entre aqueles pontos com uma pista rente à ferrovia", disse o deputado. Ele acrescenta que a Viaoeste não tem autoridade para alterar o traçado previsto; "só quem pode fazer isso é a agência estadual que regula os serviços delegados de transportes (Artesp), e mesmo assim, após audiência pública", afirma.

A Viaoeste tem acenado a possibilidade de restaurar dois patrimônios históricos, a estação ferroviária e o casarão de Brigadeiro Tobias. Para levar adiante essa proposta, a empresa sabe que terá que obter licenças ambientais, concordâncias de órgãos ligados ao patrimônio histórico, fazer reuniões com a direção da ferrovia e promover desapropriações litigiosas. Tudo isso poderá ser evitado caso a Viaoeste simplesmente cumprisse o contrato e desse início imediato às obras do contorno do bairro, considera Crespo.

Além desses detalhes, o parlamentar afirma que a reforma do casarão de Brigadeiro Tobias sempre foi e continua sendo de responsabilidade do município. Se estiver obrigada a isso pelo patrimônio histórico, a reforma da estação também é de responsabilidade da ferrovia. "Inclusive, se a pista for construída conforme os planos da Viaoeste, além de separar o bairro de Brigadeiro do casarão, o tráfego pesado que ela vai suportar certamente comprometerá a estrutura do antigo prédio, erguido em terreno não rochoso".

O deputado Crespo vai promover um debate público sobre as obras de duplicação da rodovia na parte que se refere ao trecho de Brigadeiro Tobias. Moradores do bairro têm sido convidados para o evento, que ocorrerá às 19h30 da próxima segunda-feira, dia 26, na sede da Sociedade de Amigos de Bairro (avenida Bandeirantes, 3.761).

Após esta consulta popular sobre o assunto, o deputado terá uma reunião, em 5/10, com o diretor geral da Artesp, Ulysses Carrara, para expor a opinião do bairro, coletada naquele debate sobre as obras de contorno de Brigadeiro, previstas no projeto original da duplicação e da proposta alternativa agora divulgada pela Viaoeste.

crespo@superig.com.br