Baixada Santista será sede do I Fórum de Comunicação Social e Dengue

Evento será realizado em junho, a fim de definir estratégias de comunicação para manter a população alerta sobre a importância de prevenção à doença. Na próxima semana, coordenador da Sucen estará na região para discutir mutirão extraordinário e fazer reunião com médicos das redes pública e privada, visando afinar a metodologia de notificação dos casos.
12/05/2006 11:32

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A Baixada Santista vai ser a sede do I Fórum de Comunicação Social e Dengue, que acontecerá em junho. O objetivo é definir estratégias de comunicação institucional para manter a população alerta sobre a importância da prevenção permanente para combater a doença. A informação foi repassada à deputada Maria Lúcia Prandi (PT) pelo coordenador da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), Carlos Castelo Branco, em audiência no dia 9/5, na sede do órgão, na capital.

A parlamentar expôs a preocupação com o crescimento da doença na região e a desmobilização das ações de combate e prevenção, além de ter apresentado uma série de propostas. A principal delas é a realização de um mutirão regional extraordinário nos moldes do Dia D, ocorrido em novembro do ano passado. Outras sugestões apresentadas pela deputada Prandi foram a inserção de publicidade institucional nos veículos de comunicação e a promoção de palestras nas escolas.

"Com a redução dos casos nos anos anteriores, houve um relaxamento nas ações preventivas, o que contribuiu para o crescimento do número de casos. Isto demonstra que não podemos descuidar nunca da luta contra o mosquito transmissor", enfatizou a deputada Maria Lúcia. A opinião é compartilhada pelo coordenador da Sucen. "O arrefecimento da doença fez, inclusive, com que muitos municípios reduzissem o número de equipes de visitadores domiciliares", acrescentou.

Segundo explicou, a meta da Sucen é que cada domicílio seja visitado quatro vezes por ano, pelo menos. "Na maioria das cidades da Baixada, não foi completado nem o primeiro ciclo de vistorias", afirmou Castelo Branco. Segundo ele, a redução do número de visitadores, somada à dificuldade que os agentes têm para ingressar em muitos imóveis, contribui para o baixo índice de vistorias. "Porém, precisamos encontrar formas para driblar estas dificuldades", destacou.

Para o coordenador da Sucen, a proposta do mutirão regional extraordinário feita pela deputada Prandi seria uma das formas de enfrentar a dificuldade de ingressar em muitos imóveis. "Com a ampla divulgação que caracteriza a promoção de um mutirão, as pessoas ficariam menos resistentes a permitir o acesso dos visitadores", argumentou a parlamentar. A realização do mutirão deverá ser discutida na próxima terça-feira, 16/5, pelo coordenador e agentes públicos de saúde da região.

No mesmo dia, haverá uma palestra para médicos das redes públicas e privadas, que será realizada em parceria com a Unimed Santos. Segundo Castelo Branco, o objetivo é afinar as metodologias de notificação dos casos e de atendimento aos pacientes. "Um bom diagnóstico cobre a necessidade de confirmação pelo exame sorológico. Além disso, não se pode esperar a confirmação pela análise do sangue para dar início ao tratamento, que deve incluir a hidratação abundante do doente. Isto evita o agravamento da doença."

Outras propostas

O coordenador da Sucen também recebeu duas outras propostas formuladas pela deputada Prandi. A realização de uma campanha de propaganda institucional já será discutida por ele junto à equipe de comunicação do órgão. A outra sugestão, que visa à promoção de palestras nas escolas, também começará a ser articulada por Castelo Branco, por meio de um grupo de funcionários do órgão que atua na educação.

"Os estudantes são importantes agentes multiplicadores. Certamente, a realização de palestras nas escolas pode ajudar no combate ao mosquito transmissor da dengue e colaborar na redução da incidência da doença", explicou a deputada Prandi. Os dados mais recentes da Sucen, fechados até o dia 28/4, apontam 8.364 casos de dengue já confirmados em todo o Estado.

Outros 16 mil, aproximadamente, ainda aguardam confirmação. Pelos números oficiais da Sucen, a Baixada Santista tem 1.653 casos confirmados, o que corresponde a 20% do total do Estado. São Vicente já tem 489 ocorrências, Santos, 425, Guarujá, 281, Cubatão, 214, Praia Grande, 213, Bertioga, 30, e Peruíbe, 1. "Temos que trabalhar para enfrentar o crescimento da dengue neste momento, mas também já pensar na contenção da doença para o próximo ano", concluiu a deputada Prandi.

mlprandi@al.sp.gov.br

alesp