CPI aprova convocação do presidente da empresa Ponto Frio


27/03/2001 12:45

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A CPI das Financeiras aprovou há pouco a convocação do presidente das lojas Ponto Frio, para falar à comissão. Os deputados querem ouvir de Simon Aloun as informações que Carlos Roberto Rebustini, enviado pela empresa como seu representante à reunião realizada na manhã de hoje, não soube dar. A Comissão Parlamentar de Inquérito, presidida pelo deputado Claury Alves da Silva (PTB), está investigando denúncias de cobrança de juros abusivos e sonegação fiscal por parte de financeiras, operadoras de cartões de crédito e empresas de factoring.

Rebustini, que é gerente regional de vendas para o interior de São Paulo, não soube informar o faturamento da empresa, se a companhia responsável pelo crédito ao consumidor, a Investcred, pertence à Globex Utilidades (que detém o nome fantasia Ponto Frio), como são feitas as operações de financiamento de mercadorias, qual a estrutura da financeira e a que grupo ela pertence. Ele também não soube dizer ao deputado Salvador Khuriyeh (PSB) porque foi indicado pela Ponto Frio para representá-la na reunião da CPI.

"Essa é uma forma de as empresas fugirem às apurações desta comissão", disse o deputado José Augusto (PPS), criticando a falta de esclarecimentos do depoente. "Trata-se de um novo modelo de organização, em que o gerente não tem informações sobre as operações de financiamento das mercadorias", ironizou.

Segundo Rebustini, as vendas da Ponto Frio são feitas à vista; as compras a prazo ficam todas por conta da Investcred. Os deputados se surpreenderam, no entanto, com o fato de a análise do crédito ser feita por um funcionário da Ponto Frio, e não da Investcred. "É estranha a falta de zelo da financiadora, que aceita a análise de crédito de uma loja que, teoricamente, está interessada em aprovar o maior número de crediários possível", disse Khuriyeh. Segundo informações do gerente, em nenhum momento o cliente passa por avaliação feita pela financeira. Aprovado o crédito, o carnê de pagamento é emitido no próprio caixa da loja. Na capa do carnê aparece o nome da Ponto Frio; nas folhas internas de pagamento, ele não soube dizer o nome de qual empresa aparece.

Compareceram também à reunião da CPI representantes das Lojas Brasileiras. O advogado Ricardo Ribeiro dos Santos, procurador da empresa, informou que as Lojas Brasileiras encerraram suas atividades em agosto de 1999, fechando 70 pontos de venda em todo o país. Segundo ele, a razão social continua aberta apenas para sanar os passivos trabalhistas e fiscais.

alesp