DA REDAÇÃO (com foto) A Comissão de Agricultura e Pecuária da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Edson Gomes (PPB), ouviu na tarde desta quinta-feira, 13/12, o secretário da Justiça e Defesa da Cidadania, Edson Luiz Vismona, e a diretora da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), Tânia Andrade, sobre o programa de reforma agrária do Estado.Pela Lei 4.504, de 30 de novembro de 1964, "reforma agrária é um conjunto de medidas que visa promover melhor distribuição da terra mediante modificações no regime de posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e o aumento da produtividade". Segundo Vismona, o governo do Estado criou em 1995 - quando Mário Covas assumiu o governo - um plano de ação para assentar, em um primeiro momento, as mil famílias que viviam "sem condições de sobrevivência" no Pontal do Paranapanema. Para o secretário, o Movimento dos Sem-Terra (MST), "que tinha o controle do cadastro das famílias a serem assentadas", usou essas pessoas para pressionar o governo a aceitar suas diretrizes. "Esse foi o primeiro momento de tensão entre o governo e o Movimento."Terras devolutasVismona lembrou que as terras do Pontal do Paranapanema, localizada no extremo Oeste do Estado, uma posição estratégica, considerando sua proximidade com os Estados de Mato Grosso do Sul e Paraná, são consideradas devolutas desde 1958, daí os constantes conflitos sociais relativos à posse e propriedade da terra, que envolveram disputas entre o Estado e os latifundiários. "Os governos anteriores não tiveram a iniciativa de retomar essas terras. Com o plano de ação, arrecadamos essas terras, fizemos as preparações discriminatórias para, a partir das negociações com os fazendeiros e o pagamento das indenizações, consolidarmos os assentamentos definitivos." O secretário ressaltou a importância do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em todo esse processo. Segundo Vismona, nos anos de 1995 e 1998, mais de 3.200 famílias foram assentadas no Pontal e 834 em todo o Estado. Entre 1999 e 2002, através da ação conjunta com o governo federal, 1.329 famílias foram assentadas no Pontal e 694 em todo o Estado. "Até o final de 2002 assentaremos mais de oito mil famílias, quase duas mil a mais que a meta traçada em 1998." O secretário da Justiça informou que, entre 1995 e 2001, foram investidos R$ 24.824.461 em infra-estrutura e manutenção e R$ 3.936.204 em sementes e adubos. "Apesar das dificuldades de crédito, arrecadamos R$ 37 milhões com a produção agropecuária.""Realizamos nosso trabalho com eficiência, técnica e rapidez. Inclusive, conseguimos reduzir em 40% os custos das vistorias", disse Tânia Andrade, do Itesp, referindo-se às recentes vistorias na região de Andradina. Para ela, os índices de produtividade devem ser cobrados como nas indústrias. "Não podemos nos basear em índices de 30 anos atrás."