Solicitada audiência com secretário para discutir implantação do VLT na Baixada

Dossiê aponta a importância do sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) para Baixada
11/12/2001 17:25

Compartilhar:


DA ASSESSORIA

"Negar a importância do sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) para o desenvolvimento e a integração da região é uma traição do Governo Estadual aos anseios de toda população. A implantação desse modelo de transporte é imprescindível para a integração e o futuro da Baixada Santista." A afirmação é da deputada Maria Lúcia Prandi (PT), que considera "absurda" a postura do novo secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Ribeiro Fernando Fernandes, contrária à implantação do VLT. Com o objetivo de entregar um dossiê que aponta a importância do sistema para a região, a parlamentar está solicitando, em caráter de urgência, uma audiência com o secretário.

"Desde minha gestão como presidente da Câmara de Santos (93/94), luto por melhorias no transporte ferroviário de passageiros, porque estou convicta que esta é a melhor alternativa para agilizar o deslocamento das pessoas, contribuindo para a integração regional. Não vou aceitar calada esta mudança de rumos e lutarei até o fim pelo VLT", afirma a deputada Prandi, que também está acionando os presidentes do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), Clermont Castor, e da Agência Metropolitana de Desenvolvimento (Agem), Koyu Iha. "Todos os compromissados com o futuro dessa região precisam se manifestar contra o engavetamento do VLT", frisa Maria Lúcia.

Futuro

De acordo com dados divulgados pelo secretário de Transportes Metropolitanos, diz Prandi, a demanda de passageiros na região variaria de 90 a 110 mil por dia, enquanto que a capacidade do novo sistema seria de 12 a 15 mil pessoas por hora, o que tornaria o VLT ocioso e não justificaria o investimento para sua implantação.

"Estes números estão subestimados, porque não levam em consideração o impacto populacional que a Baixada terá com a conclusão das obras de duplicação da Rodovia dos Imigrantes", pondera Maria Lúcia, mencionado estimativas que apontam que mais de 1 milhão de pessoas devem passar a morar na região, quando a nova pista estiver pronta. Além disso, o fluxo turístico também crescerá. "Tudo isso aponta o VLT como melhor opção para o transporte de massa e de integração da Baixada", explica a deputada Prandi.

Argumenta a parlamentar que quando o metrô começou a ser implantado, a demanda não chegava nem perto do volume de pessoas transportado atualmente. Entretanto, o tempo mostrou que o metrô é imprescindível em todas as cidades onde existe.

Passo a passo

A deputada Prandi acompanha passo a passo todo o processo de substituição do antigo Trem Intrametropolitano (TIM) pelo VLT. Desde 95 pleiteia recursos do Orçamento Estadual para esse fim. Ela apresentou emenda ao orçamento 2002 reivindicando R$ 100 milhões para implantação do VLT.

Um dos pontos altos dessa luta, foi a coleta de quase 10 mil adesões a um abaixo-assinado em defesa do transporte ferroviário de passageiros e contra a instalação de um corredor expresso de ônibus, proposta apresentada em 1997 e arquivada até agora graças à pressão popular. Este documento foi entregue ao ex-secretário de Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico, numa das várias audiências realizadas para tratar dessa questão.

Promessas

De acordo com compromissos assumidos pelo ex-secretário e pelo falecido governador Mario Covas, as obras de implantação do VLT deveriam ter começado no primeiro semestre desse ano. Entretanto, a concretização desse projeto vinha sendo protelada até, no último dia 10, o atual secretário vir a público defender novamente o corredor expresso de ônibus. Pelas informações apuradas pela parlamentar, o projeto prevê, inicialmente, a ligação entre o Cais do Valongo (Santos) e Samaritá (Praia Grande).

Dos R$ 170 milhões necessários para realização da obra, R$ 31 milhões viriam dos recursos apurados com a venda do terreno da antiga estação Sorocabana. Esta parte da verba seria usada na adaptação dos trilhos e na construção/melhoria das estações. A compra dos veículos, a instalação da sinalização e a operação do sistema ficaria a cargo de uma empresa, que também controlaria as linhas de ônibus intermunicipais. Esta outra parcela dos recursos seria investida pela iniciativa privada, contando com financiamentos do BNDES.

"A cada momento o governo inventa uma desculpa diferente para não implantar o projeto. Esta é uma questão séria, que não pode ser mais protelada. Não vou dar trégua até que o VLT deixe o papel e se torne uma realidade", finaliza a deputada Prandi, que desde o início desse ano vinha defendendo a realização de uma audiência pública para discutir o projeto e sua ampliação até o Litoral Sul.

alesp