No último dia 3 de junho, um domingo, Ribeirão Preto assistiu a inauguração da primeira Unidade de Pronto Atendimento, a UPA, presentes o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha e outras autoridades. A UPA já está atendendo 600 pessoas diariamente de um modo notável. Quero destacar, porém, a homenagem prestada ao Dr. Luis Atílio Losi Viana, infelizmente falecido ainda no vigor da juventude e cujo nome, com amplos méritos, denomina essa Unidade de Pronto Atendimento. Luis Atílio foi médico exemplar em Ribeirão Preto e tive a oportunidade de acompanhar o seu trabalho. Enquanto redigia este artigo eu pensava de uma reunião que mantive com médicos da prefeitura de Ribeirão Preto, no início da minha primeira gestão como prefeito municipal, informando-lhes sobre audiência pública realizada com os munícipes quando tive várias reclamações sobre o atendimento, do tipo: "Levei a minha filha no Pronto-Socorro da Prefeitura, mas o médico atendeu em três minutos e nem colocou a mão na testa do meu filho. E deu ali um remédio." Fiz, então, um apelo a esses profissionais: "É muito importante que, além do atendimento profissional, haja carinho." Um dos médicos presentes retrucou: "Olha, prefeito Gasparini, eu estudei medicina, conheço a medicina e não preciso botar a mão num doente para saber o que ele tem e qual remédio ele precisa. Eu não sou político. Quero então dizer que não aceito essa reclamação." Fiquei chocado na hora, mas, por sorte, outro médico presente rebateu essa assertiva: "Olha, companheiro, você está errado. Nós aprendemos na faculdade a importância desse aspecto emocional, dessa atenção ao doente. Além da competência na análise do problema, temos de dar também essa atenção, esse carinho." Foi este, exatamente, o teor do meu pedido aos médicos. "Por favor, quando chegar uma mulher com uma criança, ela já chega emocionada, tensa, porque não sabe o que a criança tem. Não custa dar atenção. Pergunte o nome da criança, ponha a mão na sua testa para ver se está com febre ou não. A mãe vai se sentir bem melhor." Para minha felicidade, todos os médicos presentes concordaram com minha ponderação. Estou citando este fato porque Luis Atílio Losi Viana era alguém dotado de valores morais e espirituais que o conduziam, como médico, nos seus procedimentos. Sabia exercitar a profissão com grande competência, sempre acompanhando com carinho e atenção a todos os seus pacientes. . Essa homenagem, portanto, foi muito justa porque ele era um exemplo para a classe médica e para todos os profissionais que lidam com pessoas como são, por exemplo, os professores. Agiram bem nossas autoridades ao prestarem essa homenagem à memória do médico Luis Atílio Losi Viana. Sem dúvida alguma, reitero um exemplo para a classe médica de Ribeirão Preto e do Brasil. *Welson Gasparini é deputado estadual pelo PSDB, advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto