O título acima refere-se ao documento oficial aprovado na Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que movimentou a capital carioca entre os dias 13 e 22/6. Podemos considerar um avanço que, pela primeira vez, os três pilares - social, ambiental e econômico - entraram na pauta do conceito de desenvolvimento sustentável. No entanto, para os verdes, o resultado do evento foi pouco ambicioso e gerou até uma certa frustração, uma vez que boa parte do documento apenas reafirma compromissos de conferências anteriores, como a Eco 92. O próprio secretário-geral da ONU declarou que esperava um documento "mais ambicioso". Já o presidente da França, François Hollande, um dos poucos líderes de peso presentes na Rio+20, avaliou que o documento final apresenta duas deficiências: não transformou o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnuma) em uma agência especializada e autônoma e não decidiu sobre novos mecanismos para financiar o desenvolvimento sustentável mundial. Outras críticas foram feitas por ONGs e por representantes de países participantes. A presidente Dilma Rousseff defendeu-se dizendo que o texto redigido pelo Brasil "representa o consenso e é resultado de grande esforço de conciliação", considerando a exigência do documento ter apoio unânime dos representantes de todos os 193 países. Ela citou ainda a dificuldade de se estabelecer acordos diante da crise financeira e "as incertezas que pairam sobre o futuro da economia mundial". A falta de compromissos financeiros para países desenvolvidos foi apontada por muitos como o ponto mais fraco do documento. Analisando agora os pontos positivos, a conferência foi capaz de promover uma mobilização muito interessante, levando a população a repensar seu papel no desenvolvimento sustentável do planeta. Tive a oportunidade de estar no Rio de Janeiro e me impressionou o envolvimento da sociedade. Vários eventos paralelos aconteceram durante a Rio+20. Participei, por exemplo, dos debates do C40, uma reunião entre prefeitos das maiores cidades do mundo que definiu metas para a redução de emissão de gases até 2030. Para o Partido Verde, a mobilização da sociedade em discussões sobre o meio ambiente foi o diferencial da Rio+20. O futuro que queremos passa fundamentalmente pelo comprometimento das nações com o desenvolvimento sustentável, mas não podemos esquecer que cada cidadão também tem a sua responsabilidade na preservação do planeta. Pense nas atitudes que você pode mudar no seu dia a dia, estabeleça as suas próprias metas focando em ações que destruam menos o meio ambiente. Com conscientização e o envolvimento de todos certamente teremos um futuro melhor. *Chico Sardelli é deputado estadual pelo Partido Verde "A Rio+20 foi capaz de promover uma mobilização muito interessante, levando a população a repensar seu papel no desenvolvimento sustentável do planeta"