Opinião: A solução pode estar na Reserva


31/10/2012 14:07 | Luiz Carlos Gondim*

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Nos últimos dias temos visto uma onda crescente de violência na Grande São Paulo e em diversos municípios do Estado. A secretaria de Estado da Segurança Pública divulgou dados que os chamados crimes contra a vida tiveram alta em setembro, se comparado ao mês de agosto.

Na capital, o crescimento de homicídios dolosos cresceu 27%, passando de 106 para 135 ocorrências registradas na cidade. Outro caso que também teve grande elevação nos números foi o latrocínio, roubo seguido de morte, que praticamente triplicou. E não é só isso. Nos últimos dias, os jornais e as emissoras de televisão noticiam uma onda de assassinatos durante as madrugadas na principal cidade do país e a maior da América Latina.

Não há dúvidas de que a questão da segurança pública é que precisa de investimento pesado do governo do Estado. Na minha cidade, Mogi das Cruzes, e na região do Alto Tietê, nos últimos meses, temos visto uma crescente onda de violência que tem deixado os moradores abalados e com medo. Para se ter uma ideia, o levantamento da Secretaria de Segurança Pública revela que entre janeiro e setembro, as ocorrências de roubo de veículo e homicídios aumentaram no Alto Tietê, em comparação com o mesmo período em 2011. Somente os casos de roubos de carros tiveram um aumento que chegou a 40%, sendo que homicídios atingiram 7,8%. Em Mogi das Cruzes, o roubo de veículos segue em alta, com quase 80% de casos a mais.

Com certeza é preciso investir: mais homens nas ruas, com armamentos novos e viaturas, tecnologia de ponta para que a inteligência das polícias Civil e Militar possam atuar de forma mais precisa. Infelizmente vários municípios do Estado sofrem com o déficit de efetivo para fazer o policiamento ostensivo e preventivo, uma carência que tem refletido direto no cotidiano das pessoas.

Por isso apresentei, em outubro deste ano, um projeto de lei que poderá ajudar a repor este efetivo, uma medida que agradou diversas entidades ligadas a esses profissionais. Trata-se do PL 38/2012, que designa policiais militares da reserva e reformados para o serviço ativo no Estado. Nosso objetivo é permitir o retorno voluntário à ativa destes profissionais reformados para auxiliar o quadro efetivo da Polícia Militar, proporcionando o aumento do efetivo policial e aproveitando o grande potencial e experiência que eles possuem para contribuir no combate à crescente escalada da violência em nosso Estado.

Tenho a convicção de que o retorno desses profissionais poderá se tornar indispensável para que prestem serviços específicos, liberando, em muitos casos, os militares da ativa para se dedicarem ao policiamento ostensivo nas ruas. Além disso, essa medida terá custo muito pequeno para os cofres do Estado, tendo em vista que esses policiais já estão preparados para o combate à marginalidade nas ruas, ou ainda para a realização de serviços internos, liberando os mais novos para ações externas. Essa iniciativa poderá substituir os policiais da ativa que estão designados em todos os tipos de guarda patrimonial, por policiais da reserva ou reformados, que apresentem condições médicas e ficha funcional apta para a nova função. Além disso, será uma renda a mais para o policial reformado ou na reserva.



*Luiz Carlos Gondim (PPS) é médico e cumpre seu quarto mandato como deputado estadual.



"O PL 38/2012 designa policiais militares da reserva e reformados para reforço do serviço ativo"

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