Opinião - Dia Internacional da Mulher: muito ainda a avançar


07/03/2013 10:42 | Beth Sahão*

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Neste mês, em que se celebra o Dia Internacional da Mulher (8 de março), é comum vermos pessoas festejando as recentes conquistas obtidas pelo gênero feminino, seja no mercado de trabalho, seja na vida pública, ou mesmo em outros campos como a ciência, os esportes, as artes e no próprio lar.

Essas vitórias alcançadas por nós, mulheres, são incontestáveis, mas a situação que enfrentamos está longe de ser ideal. Em diversas áreas, ainda temos muito a avançar. Nesse sentido, a questão que mais preocupa é a da violência de gênero.

Dados divulgados pela imprensa nas últimas semanas mostram que, a cada 15 minutos, uma mulher é agredida no Brasil. Quando falamos em agressão, não nos referimos apenas a espancamentos ou assassinatos, mas também à violência simbólica, verbal, psicológica e mesmo sexual.

Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas, sete de cada dez mulheres em todo o mundo serão vítimas de algum tipo de agressão ao longo da vida. Não por acaso, recentemente o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, classificou como pandemia a violência de gênero.

Atualmente, o Brasil dispõe de alguns mecanismos inovadores de enfrentamento a esse problema. Destes, merecem destaque o Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, que realizou quase 400 mil atendimentos a vítimas de violência no primeiro semestre do ano passado; e a Lei Maria da Penha, que estabelece maior rigor na punição aos agressores.

Mas, só leis e ações institucionais não serão suficientes para conter essa pandemia. É sempre bom lembrar que, em mais de 70% dos casos de violência de gênero, vítima e agressor convivem no mesmo lar. Esse fato representa um sério empecilho à ação das autoridades, que, muitas vezes, sequer tomam conhecimento da ocorrência de determinados crimes.

A superação do problema da violência de gênero é um trabalho árduo, de longo prazo, e passa, necessariamente, pela construção " no país e no mundo - de um modelo educacional que leve as futuras gerações a respeitarem as diferenças e promoverem uma cultura de paz, solidariedade e igualdade.

*Beth Sahão é psicóloga formada pelo UEL, tem mestrado em sociologia pela Unesp de Araraquara e é deputada estadual pelo PT.



"Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas, sete de cada dez mulheres em todo o mundo serão vítimas de algum tipo de agressão ao longo da vida."

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