" />" /> Opinião - Um gigante ferido

Opinião - Um gigante ferido

"Discutir política é um dever de todos"
09/05/2013 15:31 | Vitor Sapienza*

Compartilhar:


Durante um encontro com jovens estudantes, falamos sobre a importância da política na formação de uma sociedade e muitos deles deixaram clara sua aversão ao assunto. Quando falei sobre minha condição de deputado, me apresentaram muitas questões, desde o interesse em saber o porquê de ter ingressado na política até situação do país como um todo.

Não vou detalhar o que foi dito e o que os jovens contestaram. O que ficou nítido foi o interesse, quando a conversa é franca, olho no olho.

Temos que admitir que o nosso país está ferido. É um ferimento que já não sangra, embora se mostre difícil de cicatrizar. O sintoma de resignação virou a marca de um povo que aceita o que lhe é jogado sobre os ombros. E isso está visível tanto no tributo abusivo, como na carência de serviços públicos; na aceitação do produto importado, em detrimento do nacional, como na música de qualidade duvidosa que os meios de comunicação nos impõem.

É essa docilidade que preocupa. Ela está no idoso que não reivindica os seus direitos e no jovem que não vai à luta; no trabalhador que aceita os limites e despreza a reciclagem profissional; no mestre que ignora os horizontes; no homem público que foge de suas responsabilidades, que se omite diante do problema; no falso solidário que busca proveito próprio; e no necessitado que se alberga na carência que se eterniza.

Quando fazemos essas comparações, aquele jovem que diz detestar a política procura desculpas e encontra respostas no nada que recebeu dos educadores e estes se justificam dizendo que precisam se ater apenas ao conteúdo didático. Inconformados, insistimos na pergunta, e as respostas são vazias de conteúdo, de interesse e de objetivos.

Discutir política é um dever de todos, afinal, é na política que devemos encontrar as soluções para as nossas carências, os nossos problemas, os objetivos da sociedade. É elementar dizer que a política responde pelos erros e pelos acertos de um povo. O que não se pode aceitar é o descomprometimento, porque o ato de lavar as mãos não tem significado algum, além da omissão.



*Vitor Sapienza é deputado estadual (PPS), ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, economista e agente fiscal de rendas aposentado.

alesp