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Opinião - Gol de placa do Brasil na OMC

"O embaixador Azevêdo é uma pessoa talhada para o cargo"
13/05/2013 18:19 | Enio Tatto *

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O Brasil fez mais um gol de placa na política internacional. Conseguiu eleger o embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo ao cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Primeiro latino-americano a comandar a OMC, Azevêdo assumirá o cargo em 31/8, em substituição ao francês Pascal Lamy, e cumprirá mandato de quatro anos.

A presidente Dilma Rousseff ficou sabendo há cerca de dois meses que o baiano Azevêdo avançava na disputa para se tornar diretor-geral da OMC batendo os primeiros adversários e conquistando representantes de alto escalão de 159 países que compõem a organização. Dilma convocou-o e perguntou o que ele precisava para ir adiante. "Voar muito, se possível com um avião à disposição, e três assessores", respondeu de pronto. A presidenta Dilma atendeu aos pedidos e selava ali o destino do brasileiro rumo à OMC.

A presidenta Dilma sabia da importância estratégica do cargo para o Brasil e para os demais países emergentes, como a Rússia, Índia, China e África do Sul. É a OMC quem gerencia os acordos que compõem o sistema multilateral de comércio e serve de fórum para os comércios nacionais firmarem acordos internacionais. É ela quem supervisiona a implementação destes acordos pelos membros da organização e se destaca pelo poder de resolver controvérsias comerciais entre países membros.

O embaixador Azevêdo é uma pessoa talhada para o cargo. Ele tem 17 anos de trabalho relacionado com a OMC e há cinco é o embaixador do Brasil nesta organização sediada em Genebra. Sua eleição é motivo de esperança para os países membros da OMC, notadamente para os mais desenvolvidos atingidos " principalmente na Europa " por uma crise econômica que parece não ter fim. Sua escolha, aliás, mostra que esses países abriram mão de ter alguém sob seu comando ou influência na OMC ao mesmo tempo em que se consolida a vontade dos países em desenvolvimento de escutar suas vozes em questões que lhes dizem respeito.

Azevêdo assumirá a OMC com a dura tarefa de resolver dois graves problemas: negociações comerciais paralisadas por anos e uma instituição que necessita de reformas internas profundas para garantir sua continuidade. Conhecedor dos meandros da OMC, já prometeu transformá-la em uma instituição capaz de oferecer a cada país membro uma abordagem adequada a suas necessidades e trabalhar a inserção dos países em desenvolvimento no mercado global.

Outro gol de placa do Brasil na política externa foi a eleição, em 2011, do agrônomo José Graziano da Silva diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Ex-ministro de Segurança Alimentar do governo Lula, Graziano ocupará o cargo até julho de 2015. Desde 2006 ele atuava como representante da agência na América Latina e no Caribe.

Graziano foi indicado para o cargo pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e assumiu a FAO em um momento em que a alta dos preços de alimentos tornou-se uma preocupação global, discutida nos principais foros internacionais. Criada em 1945, a FAO concentra os esforços dos 191 países membros, mais a Comunidade Europeia, pela erradicação da fome e da insegurança alimentar no planeta.

Azevêdo e Graziano são exemplos do sucesso da política externa brasileira realizada pelos governos do PT que o mundo reconhece e os convoca para dar suas contribuições a dois organismos internacionais da envergadura da OMC e da FAO.

* Enio Tatto (PT) é deputado estadual e 1º secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

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