Opinião - Um freio na violência


20/05/2013 18:26 | Welson Gasparini*

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A violência, infelizmente, está presente em toda parte: nas ruas, nas casas, nos logradouros públicos, nos condomínios particulares e, também, nas escolas. Os dados são alarmantes e a violência, segundo dados estatísticos, atinge 44% dos professores paulistas. Pesquisa realizada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo mostra que 95% desses professores consideram os alunos os principais autores dessa violência; segundo eles, 42% dos alunos agressores estão constantemente sob o efeito de drogas, 15% portam armas brancas e 3% portam armas de fogo. São alunos, portanto, drogados e armados numa convivência social já comprometida pela droga e pelo porte de armas brancas ou de fogo.

A cada dez professores, eis outro dado impressionante, pelo menos três presenciaram alunos embriagados ou utilizando drogas. Pior ainda: 39% dos docentes acham comum vivenciar ameaças ou constatar bens danificados. Para eles, a falta de educação e de respeito dos alunos são as principais causas dessa violência, que poderia ser minimizada se houvesse maior colaboração dos pais ou das famílias.

Fiquei feliz em ler no jornal da Universidade Estadual Paulista uma manchete, para mim de grande importância, porque vem ao encontro de uma tese que venho defendendo em pronunciamentos na Assembleia Legislativa e em artigos nos jornais: "Valores morais se aprendem na escola". Ela reforça o ponto de vista dos que defendem, como eu, a necessidade do ensino dos chamados valores morais, éticos e espirituais nas escolas, cuja obrigação, a meu ver, não se esgota no ensino de matérias como matemática, português e geografia.

A obrigação básica de ensinar esses valores morais, éticos e espirituais seria, claro, da família, dos pais. Infelizmente, porém, muitos pais estão acomodados e querem transferir toda essa responsabilidade para as escolas, dando-lhes o encargo adicional de cuidar da educação no sentido completo. O ideal, mesmo, seriam os pais e os professores se unirem na transmissão desses valores, numa teoria que encontra eco em universidades brasileiras. Felizmente também encontra eco a teoria de que a sala de aula deve ir além da instrução formal, porque, insisto, se não houver uma reação muito grande nas famílias, escolas e igrejas, vamos perder gerações inteiras; corremos o risco de sacrificar o futuro se não colocarmos um freio na violência que ora assola e preocupa o presente das famílias deste nosso Brasil.

*Welson Gasparini é deputado estadual, advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto.

alesp