Opinião - Revitalização do setor sucroenergético


02/12/2013 11:46 | Welson Gasparini*

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O movimento pela revitalização do setor sucroenergético ganhou força, é inegável, neste ano de 2013, mas ações nesse sentido ainda não terminaram: frentes parlamentares (a exemplo da criada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, na Câmara Federal e na Câmara Municipal de Ribeirão Preto) continuam sendo criadas em outras assembleias legislativas e em outras câmaras municipais. Criou-se a consciência da importância de acabar, urgentemente, com essa crise de tão graves consequências para os plantadores de cana, os trabalhadores e a indústria canavieira. Em três anos, o consumo do álcool caiu 40% nos veículos que circulam em nosso país; despencou, justamente, devido à política do governo federal de usar o preço da gasolina como instrumento de controle da inflação.

De 2006 a 2013, sob o controle do governo federal, o valor subiu apenas doze por cento nas bombas. E sabe-se que o preço do etanol está atrelado a 70% do valor pago pela gasolina, uma vez que o consumo de motores flex é 30% maior que o da gasolina.

Neste ano, dos brasileiros com carros flex, apenas 23% estão abastecendo com etanol (álcool). Em 2009, o registro era de 66% de motoristas fazendo uso do produto ecologicamente limpo em substituição à gasolina. Como resultado dessa situação o setor sucroenergético do país entrou em grave crise. Nos dois últimos anos, 57 usinas no país encerraram suas atividades criando forte crise entre os trabalhadores, com grande índice de desemprego nas indústrias e usinas cujas atividades estão relacionadas a esse importante setor. E, nas atividades rurais, houve graves prejuízos para os plantadores de cana, que perderam seus empregos, e aos proprietários rurais, que ficaram desamparados com a produção sem destino e se perdendo no campo. É verdade que o governo federal fez a desoneração do PIS/Cofins para o etanol em abril, mas a medida não foi suficiente para retirar o setor da crise.

A Assembleia Legislativa de São Paulo tomou posição firme e criou a Frente Parlamentar em Defesa do Setor Sucroenergético; ao lado do meu amigo deputado Roberto Morais, sou coordenador da Frente e várias reuniões foram realizadas com a participação das lideranças dos diversos setores que atuam no sistema produtivo atingido por essa crise. Em Brasília, na Câmara Federal, também foi criada uma frente parlamentar para sensibilizar o governo federal quanto à importância de urgentes medidas para acabar com essa crise do setor sucroenergético do país; igual providência foi adotada na Câmara Municipal de Ribeirão Preto onde, por iniciativa do vereador Mauricio Gasparini, foi criada a Frente Parlamentar Intermunicipal de apoio ao setor sucroenergético.

É preciso, entretanto, que o governo federal sinta a gravidade da questão e tome providências em defesa, sobretudo, dos trabalhadores antes que seja tarde demais. São milhares nas cidades e nos campos enfrentando o desemprego. Há também os empresários que acreditaram na importância da produção do etanol para o país, tanto para a economia quanto para a melhoria das condições de meio ambiente.

Espero, sinceramente, que a sensibilização do governo federal se expresse em medidas urgentes e efetivas para devolver, ao etanol, a importância perdida nos últimos anos.

*Welson Gasparini é deputado estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto.

alesp