Opinião - Sem reservas, mas com soluções


21/03/2014 10:45 | Dilmo dos Santos*

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Água! Quem pode viver sem ela? Em nossa sociedade e tempo ela é tão imprescindível, que as pessoas não querem nem que haja rodízio ou algum racionamento. Todos querem o precioso líquido jorrando à vontade em suas torneiras. Mas nem sempre querer é poder.

Há cerca de três meses, o nível de água nos reservatórios do Estado de São Paulo vem baixando drasticamente. Nem mesmo as chuvas de verão, famosas por serem abundantes, estão conseguindo repor o que foi distribuído. Esta situação, sem precedente por aqui, tem exigido diversas ações de emergência, como o desconto concedido pela Sabesp nas contas residenciais e comerciais que economizarem água. Sobre esse tema, aliás, falei aqui semanas atrás.

O iminente desabastecimento de água em São Paulo levou as autoridades a pensarem em diversas ações. Inclui-se aí a alternativa proposta pelo governador Geraldo Alckmin, que é o abastecimento dos reservatórios paulistas com águas do rio Paraíba do Sul, que passa pelo nosso Estado e que abastece o Rio de Janeiro. Saída inusitada e cara, mas importante no atual momento. Para viabilizar a transposição, Alckmin esteve em Brasília com o governo federal, já que o sistema Cantareira atingiu 14,9% da capacidade, o nível mais baixo da história.

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, se implementada, a medida vai auxiliar na recuperação do sistema, que abastece 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo. O plano foi exposto ao Ministério do Meio Ambiente e à ANA (Agência Nacional de Águas), esta última responsável por autorizar formalmente a operação, que regula a captação de água dos rios que passam por mais de um Estado.

Mas por que é necessário buscar água de outras fontes?

O atual nível do sistema Cantareira - principal reservatório do Estado, responsável pelo abastecimento de 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo e capital - nunca esteve tão baixo. Esta condição obriga o governo paulista a tomar providências urgentes e drásticas no sentido de suprir o consumo no Estado, evitando uma crise que pode gerar graves problemas, principalmente para os hospitais, agricultura, indústria e outros setores. Lembrando ainda que a principal fonte de energia elétrica também vem da água.

Quais soluções estão sendo consideradas?

Uma é o bombeamento (ou transposição) das águas do rio Paraíba do Sul para o sistema Cantareira, como já dissemos acima. Esta providência deve demorar cerca de quatro meses.

Outra é a captação da água existente no subsolo dos reservatórios, chamado de "volume morto", uma reserva de 300 bilhões de litros. A obra está orçada em R$ 80 milhões e deve durar dois meses. A expectativa é que a água desse reservatório comece a ser usada entre julho e agosto. O volume morto tem capacidade para abastecer a Grande São Paulo por quatro meses.

Para o futuro, o governo paulista executa as obras de construção do Sistema Produtor de São Lourenço, que prevê a produção de 4,7 mil litros por segundo para abastecer cidades da Grande São Paulo, e prepara as desapropriações para as obras das barragens Duas Pontes e Pedreira, que têm como objetivo represar água para abastecimento na região de Campinas, previstas para operarem a partir de 2018.

Enquanto isso, e penso que deve tornar-se um hábito, precisamos nos unir com o mesmo objetivo: economizar água em todas as nossas atividades. Assim estamos ajudando o meio ambiente e a nós mesmos.

*Dilmo dos Santos é deputado estadual pelo PV.

alesp