Opinião: A saúde no Estado: nada temos a comemorar


10/04/2014 18:15 | Geraldo Cruz*

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Em 7/4, celebrou-se o Dia Mundial da Saúde (instituído pela Organização Mundial da Saúde - OMS " em 1948). Mas, infelizmente, não temos o que comemorar quando olhamos o Estado de São Paulo " é sempre bom repetir, o mais rico da nação.

Diante da constatação coletiva de nossa equipe de trabalho e de centenas de pessoas que debateram e construíram conosco o plano de atuação parlamentar, de que São Paulo carecia de políticas públicas em áreas estratégicas, pautamos nosso mandato na Assembleia Legislativa com foco especial na saúde.

Sabíamos já, desde 1984, quando da construção do HGP, da necessidade de mais leitos, além dos atuais 264* hospitalares. Eram necessários 500 leitos, tomando como base a população da região nesse ano. Sempre defendemos na Alesp essa proposta, desde o primeiro dia de meu mandato e nada mudou até hoje pela falta de uma política adequada do governo Alckmin. E piorou, pois somente as cidades do Consórcio intermunicipal formado por Cotia, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Itapecerica, Juquitiba, Taboão, São Lourenço e Vargem Grande Paulista (Conisud), reúnem mais de 1 milhão de habitantes.

Destinamos, no Orçamento estadual, R$ 10 milhões para ampliação do Hospital Geral do Pirajussara (HGP) e aumento do número de leitos do Hospital Geral de Itapecerica da Serra (HGIS), e defendemos, ainda, a construção de um novo hospital regional que atenda as cidades mais ao sul do Estado, como Juquitiba, São Lourenço da Serra, Miracatu e entorno.

Ainda com relação às emendas na área da saúde, pedimos R$ 4,8 milhões para ampliação e construção de uma maternidade regional, e outros R$ 10 milhões para a construção do Hospital de Embu das Artes. Além de emendas para o custeio do Samu e das UPAs em todo o Estado.

Nosso trabalho, sempre alinhado com os anseios da população, especialmente à de maior vulnerabilidade social, fez com que ainda na primeira semana do mandato no Parlamento Paulista indicássemos ao governador que destinasse 25% dos leitos dos hospitais privados aos pacientes do SUS.

Porém, na contramão da história e da realidade do povo paulista, o governo do PSDB propôs justamente o contrário: destinar 25% dos leitos dos hospitais públicos do Estado aos planos de saúde privados. Proposta esta que, infelizmente foi aprovada, apesar de toda luta contrária dos deputados de oposição, 24 deles da bancada do Partido dos Trabalhadores.

A desvalorização dos funcionários da Saúde, a milionária reforma do Hospital do Servidor Público Estadual... Temos certamente diversos outros exemplos no Estado de São Paulo que confirmam, infelizmente, que nada há a comemorar no Dia Mundial da Saúde.

No entanto, seguimos confiantes em que, com a adequada gestão na área, vontade política e o apoio que o governo federal tem oferecido a todos os estados, a população paulista seria tratada com dignidade e humanidade nos serviços de saúde.

*Dados do CNES/Ministério da Saúde.

*Geraldo Cruz é deputado estadual pela bancada do PT na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

alesp