Maria Sueli dos Santos, catadora de materiais recicláveis, em Belo Horizonte, diz em um depoimento que circula pela internet: "eu estou com 54 anos e vi diversos países do primeiro mundo sediarem o que é nosso, porque nós somos donos dessa bola. E depois da África eu fiquei pensando: gente, que dia o brasileiro vai ver que a gente é capaz de fazer uma festa maior naquilo que já acontece todo dia?". Assim ela se expressa para dizer que tem orgulho de fazer parte dessa grande festa.

Em junho de 2013, quando protestos eclodiram nas ruas de diversas cidades, parecia que a Copa do Mundo estava em xeque. As perguntas ficavam no ar: o Brasil estaria "pronto" para um evento como esse? O brasileiro era contra a realização do Mundial em nosso país?

Nos últimos meses, críticas foram instigadas por grupos que tentaram tirar proveito político. Parte dessas pessoas buscou prolongar esse anticlima na abertura da Copa, na Arena Corinthians, quando não só vaiaram mas usaram palavras de baixo calão para xingar a presidenta Dilma. A falta de educação e de respeito, no entanto, foi mal recebida pela sociedade, pois ultrapassou todos os limites de civilidade, ainda mais contra uma mulher, que é mãe e estava lá no estádio ao lado da filha. O que talvez alguns profetas do caos tenham esquecido é que há uma parcela muito maior da população que não gosta desse jogo rasteiro. Foi um tiro no pé de quem apequena a disputa política dessa forma.

Já abordei em outro artigo os benefícios da Copa, com os investimentos em obras nos estádios, melhorias em aeroportos e a expectativa de serem adicionados à economia do país R$ 30 bilhões neste ano, equivalente a 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) e a geração de 710 mil empregos permanentes e temporários. Essas e outras informações estão disponíveis no site www.deputadomarcoaurelio.com.br.

Só para ilustrar com um dado recente, o site Uol mostrou que a chegada de 50 mil argentinos ao Rio de Janeiro, para a partida de estreia, no último domingo, rendeu 50 milhões de dólares, o equivalente a R$ 111 milhões, ao Estado em apenas três dias.

Ao contrário do que previram os oposicionistas, os estádios ficaram prontos e têm ficado lotados em todos os jogos. As torcidas estrangeiras chegam em grande número e dividem espaço nas arquibancadas com muitos brasileiros. E o mais bonito de se ver é o clima de cordialidade visto entre as torcidas. Reportagem da BBC Brasil (veículo de origem inglesa) enfatiza que a hospitalidade dos brasileiros tem garantido a satisfação dos turistas. Sobre o que achavam do Brasil, a resposta mais ouvida pelos estrangeiros era "fantastic people" (povo fantástico).

Em uma reportagem em inglês, o site Yahoo destacou razões para o Mundial no Brasil caminhar para se tornar o melhor de todos os tempos. Entre os fatores, o grande número de gols marcados nos primeiros cinco dias de jogos e o bom desempenho das grandes equipes. Em um trecho, é destacado: "esqueça os campos das escolas públicas na Inglaterra, o Brasil é o lar espiritual do futebol. Com cenários do Pão de Açúcar do Rio e da floresta amazônica, este torneio vai no ritmo da batida estereotipada do samba que infecta um país gigante e glorioso. Se você não consegue vibrar com uma Copa do Mundo no Brasil " seja chefe, jogador ou torcedor " você precisa verificar seu pulso."

Nossa torcida é que o Brasil consiga seu hexacampeonato; no entanto, é uma vitória a ser buscada dentro dos campos, pois fora deles, o Brasil já venceu, e o mundo está conhecendo um dos grandes patrimônios do nosso país, que é o povo brasileiro.

*Marco Aurélio de Souza é deputado pelo Partido dos Trabalhadores