Servidores públicos do Grande ABC reuniram-se nesta quinta-feira, 30/10, em audiência conduzida pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL), para debater a precariedade do atendimento hospitalar nas sete cidades que compõem essa região, ou seja, Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires. Essa precariedade seria consequência do descredenciamento do hospital de São Bernardo do Campo, em junho deste ano, quando a Santa Casa passou então a atender os servidores " quase 100 mil, segundo Sylvio Micelli, coordenador da CCMI-Comissão Consultiva Mista do Iamspe-Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual. Ana Paula Miriani, da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado) de Santo André, afirmou que o rompimento do contrato com o hospital de São Bernardo prejudicou não só os servidores das sete cidades, mas também os de Santos e Cubatão, que não dispõem de outros hospitais para onde se dirigir. Miriani disse que o credenciamento feito à Santa Casa não corresponde às expectativas. "O atendimento não é o esperado", criticou. Abigail Tonil, da Apeoesp de São Bernardo do Campo endossou as palavras de Miriani, assinalando os problemas: "a Santa Casa parece mais um posto de saúde e o corpo médico é precário; fica em local distante e de difícil acesso; não podemos aceitar um teto de R$ 350 mil para uma entidade que nem tem pediatria. A Santa Casa é um tampa-buraco", enfatizou. Cláudio Edson Carnizelli também da Apeoesp da região do ABC, defendeu o repasse, por parte do governo, dos 2% descontados dos holerites dos servidores. "Não adianta só sair do bolso do funcionário público", reclamou. Lembrou, ainda, que o Iamspe precisa estender seu atendimento aos professores pertencentes à categoria O, que não têm os mesmos direitos dos servidores das carreiras do magistério. Destinação da cota de 2% Ao abrir os trabalhos, Giannazi esclareceu ser oportuna a manifestação dos servidores justamente neste período do ano, "pois é quando começam a ser apresentadas as emendas para o orçamento de 2015. Nossa luta é para que o governo dê sua cota patronal de 2%", destacou o parlamentar. Sylvio Micelli afirmou que, de fato, o problema do Iamspe é a falta de recursos. Explicou que nos últimos seis, sete anos, o governo começou a contribuir com R$ 100 milhões por ano. No entanto, esse valor estaria estacionado nesse patamar, estando atualmente muito aquém do necessário para o instituto, ou seja, R$ 600 milhões anuais. "O Orçamento do Estado previsto para 2015 chega a R$ 200 bilhões. É, portanto, 0,3%", observou.