Opinião - Dia Mundial da Água: sem comemorações


23/03/2015 16:36 | Chico Sardelli*

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O Dia Mundial da Água é lembrado dia 22 de março desde o ano de 1993, depois de recomendação feita por especialistas na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente, a Eco-92, no Rio de Janeiro. Neste ano, o tema escolhido para as discussões em todo o mundo é Água e Desenvolvimento Sustentável"

Lamentavelmente, uma data em que não há o que se comemorar diante das diversas situações que envolvem o tema, como a crise hídrica em São Paulo e outros Estados, a poluição de rios, a não preservação dos mananciais, o desperdício, a falta em geral de políticas públicas claras para o setor hídrico, entre outras.

Uma data sim de luta e em defesa da água, que é um recurso finito, mas muitos ainda não se deram conta disso. Mesmo com as chuvas de fevereiro e março, os principais reservatórios de São Paulo continuam sem condições de enfrentar o período de estiagem. A mudança de comportamento na sociedade deve ser permanente. Não é porque tivemos alguns dias de chuva que vamos voltar a velhos hábitos, como lavar carros e calçadas ou demorar no banho, por exemplo.

Enquanto estive na presidência da Assembleia Legislativa propus a criação de um Comitê de Estudo da Situação Hídrica do Estado, formado por um parlamentar de cada partido com assento na Casa. Esse grupo está se reunindo desde o início de março e deve, com a participação da sociedade civil organizada, buscar propostas que permitam ao Parlamento Paulista dar a sua contribuição ao esforço coletivo que vem sendo dado por toda a sociedade no sentido de reduzir o consumo de água.

Fiz o encaminhamento de abertura de licitação para perfuração de poço artesiano que deve suprir integralmente a demanda do Palácio 9 de Julho. Ações vêm sendo adotadas desde 2004 para uso racional da água e, com uma economia gerada de 40 mil m³ ao mês com o poço artesiano, diminuiremos a utilização do sistema Cantareira equivalente ao consumo de até mil casas populares.

Já foi solicitada também a outorga ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE). Além do investimento se pagar em poucos meses, o prédio da Alesp se tornaria autossuficiente em relação à água que consome.

O Legislativo estadual integra o Programa Uso Racional de Água (Pura) da Sabesp desde 2004. O uso de torneiras automáticas e vasos sanitários que necessitam de menor fluxo de água são padrão na Assembleia. Várias outras medidas, mesmo que mais simples, já foram tomadas para reduzir o consumo de água.

O Legislativo Paulista dá seu exemplo e colaboração com medidas importantes, além de alertar a população para conscientização sobre o uso racional da água.

*Chico Sardelli é deputado estadual pelo Partido Verde

alesp