Todo tipo de violência contra incapaz (notadamente idosos e crianças) é inominável; bem como, igualmente, violências contra animais. Quando leio noticias, por exemplo, como o do fechamento desses chamados residenciais ou "casas de repouso" para idosos por questões de higiene e maus tratos aos internos, eu fico sinceramente revoltado. É lamentável como não existe em nosso país, ao contrario de outros países, por exemplo o Japão, uma cultura de respeito aos anciões. Tomei conhecimento " e fiz questão de relatá-la na Tribuna da Alesp " de uma estatística aterradora mostrando portadores de deficiências físicas e mentais sendo estuprados e violentados por pessoas sem caráter, sem moral. Segundo essa estatística, cinco pessoas por dia, deficientes físicos ou mentais, são violentadas por pessoas que se dizem normais. Quem são elas? São aquelas desprovidas de formação moral, ética e religiosa. São os mesmos que não respeitam, nos estacionamentos públicos ou dos shoppings, as vagas reservadas aos idosos e portadores de deficiências. Ainda recentemente, o jornalista Carlos Alberto Nonino relatou um episódio bastante representativo dessa irresponsabilidade ocorrido no Novo Shopping Ribeirão Preto, em frente ao Poupatempo. Segundo Nonino, um idoso de aproximadamente 75 anos reclamava do fato de aquelas vagas nem sempre serem respeitadas apontando para um Fiat 147 de onde desceu um jovem indiferente à placa restritiva. Esse jovem, questionado pelo idoso, ainda teve o desplante de fazer piada: "eu não sou, mas o meu carro é idoso sim, é Fiat 147". O desrespeito às vagas para idosos e portadores de deficiências físicas não deixa de ser, a meu ver, um tipo de violência lamentavelmente vista com normalidade por quem a pratica. Violência mais triste ainda é a praticada por muitos desses "cuidadores" de idosos que, despreparados para a função, desprovidos do sentimento cristão de amor ao próximo, maltratam e violentam as pessoas a eles confiadas. Deveria haver, no próprio Código Penal Brasileiro, artigos específicos para punir, com o rigor da lei, esses monstros, muitas vezes vestidos com peles de cordeiros. Eles se aproveitam do fato do idoso, não raro " assim como as crianças recém-nascidas " não ter condições de expressar suas vontades ou suas contrariedades. O Brasil precisa evoluir muito nesse quesito de respeito e atenção aos idosos e aos portadores de deficiências; o idoso é alguém que já trabalhou muito, sofreu muito e merece, no fim de sua vida, ter um tratamento, no mínimo, digno. Não deve, nunca, ser motivo de chacota por suas eventuais falhas de memória ou por não ter firmeza para segurar um copo ou uma xícara; deve, sempre, ser louvado como alguém que conseguiu viver o bastante para se tornar ...velho. E ser velho, em qualquer país do mundo, não é defeito, mais ainda enquanto conservar a lucidez e alegria de viver!!!! *Welson Gasparini é deputado estadual pelo PSDB, advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto