Opinião: Vaia paga não vale


04/02/2016 17:00 | Carlão Pignatari*

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Na contramão da mobilização social, que é democrática, autêntica e não organizada organicamente - vide o panelaço que retumbou por todo o Brasil na noite de ontem enquanto a presidente Dilma Roussef usava da prerrogativa da Rede Nacional para entrar na casa dos brasileiros, o PT anda estruturando claques para perseguir políticos " já que não conta com o apoio da população em si. Exemplo foi ontem, durante evento no interior do Estado de São Paulo, e em companhia da presidente da República, o governador do Estado de São Paulo foi constrangido com a gritaria de alguns que se aglomeravam na plateia durante os discursos oficiais " a presidente e o governador entregavam casas populares em Indaiatuba.

Olhando mais proximamente, o grupo que se amontoava aos berros nada mais era do que uma claque distinta e apartada dos demais civis que acompanhavam o encontro. Estratégia antiga para quem conhece política, já que a situação sempre acaba em desconforto para o agredido, que se vê impelido pelos berros e vaias. Ora, o Partido dos Trabalhadores, que sempre se valeu da simpatia da sociedade, agora está orquestrando claque para perseguir políticos? Está usando "trabalhadores" para outros fins? Empregando gente para perseguir com vaias seus díspares políticos?

Que feio. Enquanto parte dos filiados e ex-integrantes dos governos do PT se explicam em Operações da Polícia Federal e são citados diariamente nas páginas policiais dos jornais nacionais, o partido se organiza para perseguir quem trabalha pelo bem da população, com ilibada carreira política, como é o caso de Geraldo Alckmin, que, depois de três mandatos como governador do Estado de São Paulo, nunca teve seu nome envolvido em nenhum caso de corrupção. E nem está na beirada da PF, como muitos outros políticos famosos, prestando depoimentos sobre tríplex, sítios, uso de dinheiro ilícito, favorecimento ilegal, entre tantas outras barbáries a que assistimos por ai. O PT conseguiu " nos últimos anos " desqualificar a classe politica como um todo. O que é uma pena para a democracia, pois política não é um substantivo que signifique roubalheira, malandragem. Ao contrário. E essa alteração semântica, infelizmente, devemos ao PT.

E no bojo de querer colocar todos na mesma caldeira, com o intuito de desqualificar suas próprias mazelas, a sigla da estrela estrategicamente organiza pessoas para agredir outros políticos. Ontem, foi o governador do Estado e, amanhã, quem sabe, líderes de outros partidos. Quem deve está respondendo à polícia e a população sabe disso. Tanto que o que está mobilizando a sociedade, como o panelaço da noite, é a indignação do que foi e está sendo feito em Brasília, não aqui. Panelaço não tem claque. E, meus caros amigos, claque paga não vale.

*Carlão Pignatari é líder do PSDB na Assembleia Legislativa de São Paulo

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