Opinião - Riquezas renováveis


11/02/2016 12:34 | Chico Sardelli *

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O Brasil tem uma grande vantagem em relação a muitos países, que é a disponibilidade de várias fontes limpas e renováveis para geração de energia. Temos sol e ventos em abundância, por exemplo, nos diferenciando de outras nações que não possuem recursos naturais e são obrigadas a investir em termelétricas para ter energia.

Uma notícia positiva divulgada recentemente é que o Brasil já está na lista de maiores produtores de energia eólica do mundo. O levantamento "Energia Eólica no Brasil e no mundo", do Ministério de Minas e Energia, mostra que o país foi o quarto colocado no ranking mundial de expansão de potência eólica em 2014. As nações que tiveram um avanço superior ao Brasil foram China, Alemanha e Estados Unidos.

Diante desse quadro de avanço do setor eólico, que representa um complemento importante para o país, já que hoje tem sua base de geração de energia no sistema hidráulico, não dá pra acreditar que a presidência da República vetou vários pontos do Plano Plurianual para o período de 2016 a 2019 que tratam sobre as energias renováveis não hidráulicas e às energias alternativas. Por outro lado, não houve vetos para termoelétricas e hidrelétricas.

Admito que não consegui entender a justificativa dos vetos, além de que são totalmente contrários aos compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção do Clima em Paris, realizada em dezembro do ano passado, para aumentar o percentual das fontes renováveis na matriz energética. Parece que estamos dando passos para trás e continuamos incentivando o uso do carvão e do petróleo, que são muito poluentes. Os brasileiros sentiram no bolso, em 2015, o aumento tarifário da energia e as consequências da escassez de água.

É fundamental o investimento na energia dos ventos, na solar, na biomassa, fazendo um complemento com a hidrelétrica. Num período de seca, por exemplo, pode ser usada mais a energia eólica, reservando a água e evitando o acionamento das termoelétricas, que são mais caras. O Brasil precisa ter uma matriz energética diversificada porque, se houver falha em uma, a outra complementa. Investimentos também devem ser feitos em projetos que possam conciliar a energia eólica e a solar no mesmo parque, com duas linhas de produção, como outros países já estão adotando.

O custo e o impacto ambiental das eólicas são menores, além de não modificarem as atividades econômicas do local onde os parques são instalados. A maior parte dos parques eólicos se concentra nas regiões nordeste e sul do Brasil. No entanto, quase todo o território nacional tem potencial para geração desse tipo de energia. Além de reduzir a emissão de carbono, o investimento em fontes renováveis de energia representa um diferencial competitivo para o Brasil na economia, além de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira.

* Chico Sardelli é deputado estadual pelo Partido Verde

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