Opinião: Fosfoetanolomina: um grande passo


18/02/2016 15:44 | Roberto Massafera*

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Em 5/2, o governador Geraldo Alckimin anunciou que a fosfoetanalomina sintética, substância que tem trazido esperança aos pacientes com câncer, passará a ser fabricada pelo laboratório PDT Pharma. localizado em Cravinhos/SP. Depois a substância será encapsulada pela Fundação do Remédio Popular (Furp) laboratório ligado à Secretaria Estadual de Saúde instalado em Américo Brasiliense/SP.

A definição do laboratório fármaco-químico é um passo importante e vai permitir que seja iniciada a produção para os testes em pacientes com câncer para determinar a segurança e a eficácia da substância e cumprir protocolos nacionais e internacionais pelo Instituto de Câncer de São Paulo.

A fosfoetanolomina foi sintetizada em laboratórios de pesquisas da Faculdade de Química da USP, em São Carlos, pela equipe do professor Gilberto Chierice - também responsável por outras relevantes contribuições ao campo médico. Entretanto, os laboratórios da USP não apresentam capacidade técnica para produzir a substância na escala necessária.

Há mais de 20 anos foram feitas as primeiras constatações dos efeitos positivos do uso da fosfoetanolamina sintética no combate a alguns tipos da doença. A substância atua no metabolismo basal estimulando a produção de células saudáveis que combatem as células maléficas diluindo-as. Os cientistas envolvidos nas pesquisas possuem notáveis currículos acadêmicos com inúmeras publicações em periódicos científicos, o que permite que tenhamos esperança no tratamento do câncer em determinados tecidos.

A definição do laboratório fármaco-químico que produzirá a substância foi um passo importante mas não é o passo final. Resta iniciar os testes clínicos em pacientes portadores de câncer. As autoridades estaduais de saúde já definiram critérios para iniciar os testes em mil pacientes da rede de hospitais oncológicos, entretanto ainda precisa-se da aprovação final da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de Saúde (Conep-CNS).

O estudo prevê a realização de três fases, sendo que na primeira serão avaliados 100 pacientes para determinar a segurança da dose que vem sendo utilizada na comunidade. Progressivamente, desde que se comprove atividade relevante, a inclusão de novos pacientes continuará até atingir números conclusivos dos testes. A estratégia adotada permitirá melhor compreensão da droga.

Conhecedor da seriedade e competência dos pesquisadores e dos efeitos positivos da substância, coloquei o meu mandato de deputado estadual na luta para o cumprimento de todos os procedimentos exigidos pela legislação brasileira e internacional para o reconhecimento da fosfoetanolamina sintética como medicamento.

Primeiramente, levei ao governador Geraldo Alckimin e as autoridades da saúde pleitos para que os pesquisadores explanassem seus estudos. Médico, o governador paulista ouviu os pesquisadores na sede do governo e autorizou a continuidade das pesquisas disponibilizando a rede de hospitais oncológicos para realizar os testes. Também buscamos entendimentos e com as autoridades federais de saúde e nos reunimos com o ministro da Saúde, Marcelo Araújo, a quem solicitamos que a Anvisa autorizasse o regime compassivo, previsto em lei, para que fosse permitido o uso da fosfoetanolomina sintética enquanto aguarda o registro. O ministro Marcelo Araújo se mostrou disposto a dar apoio e a auxiliar a continuidade da pesquisa.

* Roberto Massafera é deputado estadual pleo PSDB

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