O deputado Abelardo Camarinha discorda de parte da argumentação de deputados do PT, mas se declara de acordo com suas palavras em defesa do ex-presidente Lula.

Em discurso de 18/2, Camarinha relembrou da década 1970, quando Lula se hospedava em sua residência, em Marília, e juntos faziam campanha contra os desmandos do governo daquela época. "Eu e Lula partilhávamos a traseira de caminhões na região da Alta Paulista para protestar contra juros das dívidas interna e externa e prometíamos que íamos fazer auditoria contra esses pagamentos. Era voz corrente que as dívidas já haviam sido pagas e, no entanto, continuavam figurando como despesa do governo: era um conluio entre governo e o grande capital, que era quem ganhava com isso."

Camarinha e Lula juntos, naquela época, protestavam contra esse estado de coisas. No entanto, ao contrário do que fazia na década de 1970 ao protestar contra esses gastos, o governo voltou a onerar o orçamento do país com R$ 351 bilhões de juros no ano passado. A partir deste ano, o governo paga R$ 1 bilhão por dia: esse dinheiro diminui o orçamento que deveria cobrir os déficits da fome, da miséria, da saúde, da educação, da segurança, dos baixos salários da classe trabalhadora.

"Eu votei no Lula cinco vezes, e ele tem todo meu respeito e solidariedade, mas precisa melhorar o seu entorno. O Lula, com a história que tem, não pode permitir a união de seu partido com a corja de ladrões, de bandidos, que acabou com este país. É preciso que Lula acabe com essa ligação, que largue, que abandone essa gente que age de forma corrupta contra o país.

Não posso ver o presidente Lula nomeando o Collor para a BR Distribuidora, da Petrobrás. Isso ofende quem lutou e foi preso pela causa do país, pela qual lutávamos. Protesto contra aqueles que considero inadequados para gozar da confiança do ex-presidente, como Sarney, Collor e Eduardo Cunha, para falar de alguns."

*Abelardo Camarinha é deputado estadual (PSB) pela cidade de Marília