O povo, com razão, está revoltado contra os políticos! Infelizmente, face à gravidade do momento ora atravessado pelo país, estamos com cerca de dez milhões de desempregados e uma crise econômica obrigando nossos governantes a cortarem verbas de setores essenciais como saúde, educação e saneamento básico. Nenhum progresso político e administrativo está sendo apresentado pela classe política em geral para, ao menos, trazer esperança de dias melhores. É preciso, com urgência, os lideres de todos os partidos dizerem aos brasileiros quais programas defendem para tirar o Brasil desta situação humilhante e desesperadora. Não é possível concordar, por exemplo, com a existência de 35 partidos políticos. Todos sabem: muitas destas agremiações partidárias existem apenas para seus políticos filiados e dirigentes poderem usufruir de verbas especiais e, principalmente, negociarem seus horários político-eleitorais nas emissoras de rádio e televisão. O Brasil precisa de lideres políticos sérios e idealistas apresentando, com urgência, propostas e programas para o enfrentamento das três grandes crises atuais: a econômica, a política e a moral. Quero defender, no meu PSDB, uma ampla discussão sobre as metas pelas quais devemos lutar na busca de uma reforma política profunda, garantindo ao povo brasileiro a certeza de valer a pena lutar em prol desses objetivos. São eles: organização partidária acabando com o absurdo de 35 partidos existentes; estabelecimento de regras para o reconhecimento partidário através de exigências, dificultando a criação de falsos partidos; estabelecimento do voto distrital nas eleições nacionais e estaduais para a escolha dos deputados, de forma que a justiça eleitoral possa mais facilmente fiscalizar o comportamento dos candidatos e principalmente os seus gastos, tornando mais fácil ao eleitor votar, pois poderá comparar os candidatos uma vez que todos vivem numa mesma região, além de posteriormente cobrar dos eleitos seus comportamentos; estabelecimento de mandatos de cinco anos para os cargos executivos, não permitindo reeleição; voto facultativo, acabando com a obrigatoriedade, pois o voto é um direito do cidadão que conhece o seu valor e está preparado para comparar os candidatos e fazer sua escolha; dar para a Justiça Eleitoral poderes e recursos para não permitir abusos econômicos e morais em benefício de malandros; e discutir os números ideais de integrantes dos poderes legislativos nas esferas federal, estaduais e municipais. Vou levar, reitero, tais propostas à direção estadual do meu partido para, após ampla discussão, podermos defender a reforma política, tão necessária para sairmos do Brasil que temos e alcançarmos o Brasil que queremos. *Welson Gaparini é deputado estadual pelo PSDB, advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto.