Conforme declarei em pronunciamento na semana de 20/4, o governo da presidente Dilma tem responsabilidade nos escândalos de corrupção divulgados pela imprensa, quando me referi aos resultados das operações da justiça, que investiga casos de corrupção, entre os quais estariam ministros e assessores da presidente.

Fui deputado federal por duas vezes seguidas, acompanhei de perto o dia a dia da presidente, e considero que lhe fez falta o diálogo com políticos e empresários. Considero que o PT, a Dilma e o Lula estão colhendo o que plantaram. Toda a nação pode testemunhar estarrecida a falta de ética que foi o pano de fundo para o projeto de poder do partido no governo, que não significou necessariamente um projeto de governo. Além disso, a falta de prioridade em investimentos que poderiam gerar emprego e renda levou o país à crise que o Brasil atravessa. Nas circunstâncias atuais, acredito que se a mandante da nação pedisse um afastamento ou renunciasse estaria poupando o país das consequências nefastas de um impeachment.

O vice-presidente se prepara para a possibilidade constitucional de assumir o leme da nação no caso do afastamento de Dilma, com a responsabilidade de melhorar a situação econômica do país. Ele já esteve conversando com figuras proeminentes na área econômica. Essas pessoas inspiram confiança ao mercado e aumentam a chance de estabilização econômica, pois contam com experiência anterior na solução de problemas dessa natureza. Entre esses entrevistados estariam Henrique Meirelles, Pérsio Arida e Armínio Fraga.

Lembro que esses dois últimos especialistas em economia foram os responsáveis pela estabilização da moeda e controle da inflação por ocasião do Plano Real, experiência esta que pode ser de grande utilidade para resolver a instabilidade da governabilidade que o país atravessa.

*Abelardo Camarinha é deputado estadual pelo PSB.