Opinião: Movimentos sociais vão infernizar o novo governo


17/05/2016 16:32 | Abelardo Camarinha*

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O processo de impeachment e a posse do presidente interino Michel Temer parece ter despertado um destrutivo desejo de vingança do PT e movimentos sociais que a legenda controla. Os grupos não darão sossego ao projeto de governo do novo presidente.

Pode-se prever greves e agitações orquestrados pela Central Única dos Trabalhadores. Esses grupos, entretanto, não foram às ruas contra o desemprego e o achacamento salarial, contra a inflação e perdas de direitos dos trabalhadores numa posição de alinhamento e subserviência à presidente afastada e ao partido. Antevejo a eclosão de greves políticas, paralisações de rodovias e avenidas, invasões de prédios públicos e panfletagem patrocinada pelo dinheiro sindical para desgastar e desestabilizar o governo que tem como objetivo recuperar a situação financeira que, por sua vez, herda passivo incontável em todos os órgãos públicos e ministérios.

As dificuldades do governo anterior levaram a cortes constantes, inclusive na área saúde. Há um déficit junto ao Sistema Único de Saúde, o SUS, que foi se acumulando nos anos de 2014 e 2015. Não existe dinheiro para fazer o que é necessário. A vacina contra a gripe H1N1 é um exemplo. Compraram menos do que a população precisa, em um ano no qual ocorre surto. O resultado é a precariedade no atendimento à população.

Sou da opinião de que os cidadãos de bem que compõem o conjunto da sociedade, as massas, as cabeças pensantes e a mídia precisam ver com muitas ressalvas os movimentos ditos sociais e as intenções do braço do PT por trás. Existem denúncias de que os sindicatos controlados pelo partido receberam, nos últimos 13 anos, fortunas do Ministério do Trabalho e outras fontes governamentais, durante os anos da dominação petista. Os grupos que se manifestam contra o novo governo são levados de ônibus, equipados com apetrechos que facilitam estragos ao patrimônio público. É interessante constatar que nos protestos contra a roubalheira na Petrobras e outros órgãos não se viu envolvimento semelhante.

A população precisa ficar atenta. Nos próximos meses as turbulências devem ser grandes, já que há notícias de que cerca de 100mil pessoas agregadas ao PT, que ocupavam cargos públicos e foram demitidas, se transformarão em agentes de agitação e do caos pelo Brasil.

*Abelardo Camarinha deputado estadual pelo PSB.

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