Opinião: Campanha para salvar a unidade do Hospital do Câncer de Barretos


22/06/2016 17:39 | Carlos Cezar*

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Venho por meio deste digníssimo espaço clamar um esforço conjunto aos governos do Estado e federal, a fim de que repassem urgentemente recursos ao Hospital do Câncer de Barretos. A direção do hospital garantiu que se não tiver repasses até o final deste mês fechará as portas da unidade em Fernandópolis, responsável pelo atendimento diário de mil pacientes do Sistema Único de Saúde.

Inaugurada em 2013, a unidade funciona com 35 médicos e mais de 300 funcionários. Com 3 mil m² de área construída, a unidade tem inclusive um centro cirúrgico para pequenas operações e biópsias. Possui estrutura que comporta 50 mamografias e 40 ultrassons por dia, além de 20 biópsias semanais.

Segundo a direção da maior instituição oncológica do país, se a unidade for fechada, os pacientes de Fernandópolis serão remanejados para os hospitais de Barretos e Jales. Este último, também por falta de recursos, corre o risco de fechar as portas até o final do ano.

A Secretaria de Saúde do Estado informou que a fundação gestora do Hospital de Câncer de Barretos recebeu, desde janeiro de 2013, cerca de R$ 700 milhões referentes aos atendimentos em suas unidades, incluindo a de Fernandópolis. Ainda segundo a pasta, deste valor total, R$ 178 milhões foram repassados de forma voluntária e outros R$ 36,5 milhões serão destinados até o fim do ano.

A nota da secretaria diz ainda que a obrigação do credenciamento de serviços oncológicos pelo SUS é de responsabilidade do Ministério da Saúde e não do governo do Estado. Em resposta, o Ministério da Saúde alega não ter recebido nenhum pedido de credenciamento referente à unidade em Fernandópolis.

Esse impasse sobre governo do Estado ou federal precisa acabar! Precisamos de uma solução imediata para que a unidade de Fernandópolis não seja fechada.

Como parlamentar estadual, além de oficiar a Secretaria de Saúde, destinei verba para o referido hospital, bem como contribuo também com outras instituições oncológicas, como o GPACI Sorocaba, o Instituto do Câncer Doutor Arnaldo Vieira de Carvalho e o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, aqui de São Paulo.

Estes hospitais mais do que prestam um favor a saúde pública, são essenciais ao Poder Público, que não tem capacidade e estrutura para atender a demanda oncológica.

Portanto, como deputado e cidadão, peço uma campanha e o envolvimento de todos os parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para que juntos cobremos uma ação emergencial da secretaria e do Ministério da Saúde, a fim de que resolvam de uma vez essa situação.

* Carlos Cezar é líder do PSB.

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