A nação brasileira está atravessando uma das fases mais tristes da sua história vivendo, de uma só vez, três grandes crises: econômica, política e moral.

Penso ser a crise moral, em grande parte, a responsável pelas outras crises. A corrupção tomou conta tanto das áreas públicas quanto das privadas. Todos os dias, através da imprensa, tomamos conhecimento das propinas e dos roubos em obras públicas envolvendo empresários e políticos que enchem os seus bolsos de dinheiro enquanto faltam recursos para a educação, para a saúde, para o saneamento básico e para tantos outros setores de grande importância para a vida nacional.

A classe política que, no sistema democrático, é a responsável pela administração pública, infelizmente vive momentos de grande desmoralização por condutas indecorosas de parte dos seus integrantes. .

Mas, quer a gente goste ou não da política, ela manda na vida de todos nós. Enquanto tivermos uma nação praticamente adormecida diante de tantos desmandos, não esboçando a mínima reação para mudar esta situação, pouco ou nada se alterará.

Temos obrigação de participar e ajudar a mudar a cara do Brasil; o momento é agora, quando das eleições municipais, cujos contornos estão sendo definidos pelos partidos políticos, atualmente, na escolha dos candidatos a vereador, a vice prefeito e a prefeito. A revolução pelo voto - verdadeiramente democrática - pode e deve começar pelo município para, posteriormente, se espalhar pelo Estado e pela União.

Penso que para alguns, ainda em dúvida quanto a importância da participação política, vale a pena tomar conhecimento das palavras do papa Francisco a respeito: "Envolver-se na política- proclama o sumo pontífice - é uma obrigação para um cristão. Nós, os cristãos não podemos fazer de Pilatos e lavar as mãos; não podemos! Temos de nos meter na política, porque a política é uma das formas mais altas de caridade, porque busca o bem comum. Os leigos cristãos devem trabalhar na política. A política está muito suja, mas eu pergunto: "está suja por quê? Porque os cristãos não se meteram nela com espírito evangélico? É a pergunta que eu faço. É fácil dizer que a culpa é dos outros... Mas eu, o que eu faço? Isto é um dever! Trabalhar para o bem comum é um dever do cristão".

E é para esse "dever de cristão", preconizado por Francisco, que eu conclamo as pessoas de bem - estejam elas nos partidos que estiverem - a participarem do processo eleitoral, seja na condição de candidatos ou, pelo menos, na de eleitores conscientes que não se deixam iludir por falsas promessas ou mercadejam seus votos ao sabor de conveniências momentâneas.

* Welson Gasparini é deputado pelo PSDB, advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto