O ex-funcionário da Coaf, João Roberto Fossaluza Jr., prestou depoimento, no dia 17/8, aos membros da CPI da Merenda em reunião reservada. Reiterou que o presidente da Coaf, Cássio Izique Chebabi, determinava constantes saques para pagamento de "comissões" a vendedores e para contas pessoais. "Trabalhei na Coaf por 11 meses, entre 2013 e 2014, e resolvi denunciar as irregularidades de lá porque fui mandado embora sem receber, como muitos cooperados, enquanto saques vultuosos eram feitos constantemente para pagamento de "comissão". Fizemos muitos cheques nominais a vendedores, mas não sei para quem seria entregue. Falaram que era para pagamento de comissão a vendedores", disse.

Fossaluzza afirmou ainda que 90% dos contratos com a Coaf eram firmados com prefeituras municipais. "Os contratos com o Estado não chegam a 5% do faturamento. Nos últimos cinco meses percebi os valores altos de retirada a título de comissão e o Chebabi me pediu para abrir uma conta contábil para justificar as retiradas. Eles sabiam que eu era contra pagamento de propina", contou.

O ex-funcionário, responsável pelo setor contábil da Coaf e autor da denúncia em Bebedouro, contou ainda que os valores pagos como "comissão" foram reduzidos devido a problemas financeiros da cooperativa. "Eles falaram que iam parar de pagar "bola grande" porque estava muito difícil justificar a saída de dinheiro". Os valores de pagamento teriam passado de 30% para 5% do valor do contrato firmado com os órgãos públicos.

Para Fossaluzza, cinco pessoas organizavam o esquema de corrupção: Chebabi, Carlos Santana (ex-funcionário que prestou depoimento no dia anterior); Emerson Girardi; Carlos Luciano (ex-funcionário que também prestou depoimento) e Cesar Augusto Lopes Bertholino (com condução coercitiva determinada por não ter se apresentado à CPI).

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