Opinião - Fundo do poço


09/03/2017 15:55 | Pedro Tobias*

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O IBGE confirmou nesta semana que, nos últimos três anos, o Brasil atravessou a mais grave crise econômica de sua história. Sob patrocínio do PT, a recessão que ainda nos assola não pode ser comparada a nenhum outro período ou governos.

Em 2016, a queda do PIB brasileiro foi de 3,6%, que se somam aos 3,8% do ano anterior e à semi-estagnação de 2014. Desde o início da recessão, no segundo trimestre de 2014, a soma de riquezas produzidas no País já caiu 9%, de acordo com o IBGE, muito pior do que a crise de 1929. A atual crise é, portanto, a mais profunda e duradoura recessão de nossa história.

O atual nível de produção de bens e serviços no País retrocedeu ao mesmo patamar do terceiro trimestre de 2010, ou seja, de seis anos atrás. É como se todos os ganhos econômicos obtidos ao longo do período em que Dilma Rousseff governou o país tivessem virado fumaça.

Segundo ranking do FMI, o PIB do Brasil terá tido o sétimo pior desempenho em todo o mundo e o pior do G-20 e da OCDE no ano passado. Em 2015, havíamos sido o décimo pior entre 191 nações. A expectativa é de que neste ano já voltemos ao terreno positivo, com alta de 0,5%, mas ainda próximo da rabeira das listas mundiais.

Esses números negativos da economia acabam com os discursos petistas feitos durante anos de que o Brasil foi mal porque o resto do mundo também foi. Em 2016, a economia global cresceu em torno de 3%, com os emergentes alcançando expansão acima de 4%.

Enquanto durou a passagem de Dilma pelo poder, o crescimento acumulado do PIB brasileiro foi de apenas 1,7%, ou seja, 0,3% ao ano em média. Isso para uma população que cresce em torno de 0,9% anual. Entre todos os presidentes desde a proclamação da República, a petista só não perdeu para Collor e Floriano Peixoto.

Mas esta triste realidade não é exclusividade da ex-presidente Dilma. Na verdade, desde a ascensão do PT ao poder, o desempenho brasileiro ficou muito aquém da média global e de economias próximas ou similares à nossa. Entre 2003 e 2016, a expansão geral do PIB nacional foi de 39%, o segundo pior da América do Sul, o 16º na América Latina e o 137º em todo o mundo, como retratado na edição do Brasil Real de setembro passado.

Os resultados divulgados esta semana pelo IBGE reforçam a necessidade de avançar na agenda de reformas estruturais, de modernizar e desinchar o Estado e de escancarar o espaço para que os investimentos privados aconteçam, gerando riqueza e, sobretudo, empregos. Se estas iniciativas não forem adiante, as chances de o País sair do fundo do poço em que o PT nos meteu irão diminuir sensivelmente. Só as mudanças estruturais, como as da Previdência, Trabalhista e Política nos livrarão de um fracasso ainda maior.

*Pedro Tobias é deputado estadual e presidente do PSDB-SP

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