O deputado Carlos Giannazi (PSOL) denunciou em Plenário, na última segunda-feira (14/8), a interferência de policiais militares em audiência pública realizada pela Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Paulo na sexta-feira anterior (11/8), no campus de Santos. A reunião, promovida pelo Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana, contou com a participação da Secretaria de Educação, da ONG Ação Educativa e do Instituto Paulo Freire, entre outras entidades. O objetivo foi debater o Plano Estadual de Educação em Direitos Humanos.

Em meio aos trabalhos, os professores foram surpreendidos com intimidação e agressões verbais vindas de vários policiais, armados e fardados, que chegaram em viaturas oficiais. "Eles levantavam faixas de propaganda "Bolsonaro 2018" e com propostas absurdas, como a de substituição da terminologia "golpe militar" para "revolução de 1964". Isso é um absurdo total", salientou o deputado, relatando que os PMs também defenderam o fim da discussão sobre identidade de gênero nas escolas, bem como o ensino de princípios de direitos humanos nos cursos de formação na área da segurança.

"Uma audiência pública é aberta à participação de todos, inclusive dos trabalhadores da segurança pública. Mas é inconcebível que haja qualquer tipo de intimidação", ponderou. Giannazi informou que irá ingressar com requerimento de informação à Secretaria de Segurança Pública pedindo explicações sobre esse fato. "Como é que o comando libera policiais em horário de serviço para interferir em uma audiência pública? Isso é um atentado contra a democracia", concluiu.