Opinião - A redução do número de fumantes passivos...


12/09/2017 14:33 | Welson Gasparini

Compartilhar:


Quem acompanha meus artigos ou meus pronunciamentos na Alesp sabe o quanto eu me preocupo com o problema do cigarro, principalmente pelas consequências desse vício abominável na saúde e no próprio bem-estar da família brasileira. Os brasileiros " eis uma notícia alvissareira " estão cada vez fumando menos em casa e, portanto, expondo menos os familiares aos riscos do tabagismo passivo. Foi o que apontou a última edição da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada recentemente pelo Ministério da Saúde. Em oito anos, o índice registrou queda de 42,5% no número de fumantes passivos em domicílio, caindo de 12,7%, no ano de 2009, para 7,3% no ano passado, conforme dado divulgado no último dia 29/8, quando se comemora o Dia Nacional de Combate ao Fumo.  

Entre as capitais, todas apresentaram queda, com destaque para Cuiabá (MT) e Rio Branco (AC). Aracaju (SE) teve a menor incidência de fumantes passivos em domicílio (5,1%), no ano passado. Já Porto Alegre (RS) apresentou o maior percentual (10,4%), no mesmo período. A frequência de fumantes passivos em domicílio foi mais alta entre os mais jovens (18 a 24 anos), em ambos os sexos. A pesquisa foi feita por telefone nas 26 capitais e no Distrito Federal e contou com 53.210 mil entrevistas.

A queda no número de fumantes passivos em domicílio vem junto com a redução de fumantes no país. Nos últimos 10 anos, houve redução de 35% no número de usuários de produtos derivados do tabaco. A prevalência caiu de 15,7% em 2006, para 10,2% em 2016. Quando separado por gênero, a frequência de fumantes hoje é maior no sexo masculino (12,7%) do que no feminino (8%). Se analisado por faixa etária, a pesquisa mostra que a frequência de fumantes é menor entre os adultos jovens antes dos 25 anos (7,4%), ou após os 65 anos (7,7%) e maior na faixa etária dos 55 a 64 anos (13,5%).

O tabagismo passivo, não custa lembrar, é causa de doenças e morte. Em 2015, o Ministério da Saúde registrou 17.972 óbitos, sendo uma das principais causas de mortes atribuíveis ao tabaco. Ser fumante passivo significa pessoas que não fumam inalar fumaça de cigarros (ou outros produtos derivados do tabaco). Essa fumaça difunde-se no ambiente e faz com que as pessoas ao redor inalem a mesma quantidade de poluentes que os fumantes. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2013 o tabagismo passivo foi a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, perdendo apenas para o tabagismo ativo e para o consumo excessivo de álcool. Estudos comprovam que os efeitos imediatos da poluição ambiental pela fumaça do tabaco não são apenas de curto prazo, como irritação nasal e ocular, dor de cabeça, irritação na garganta, vertigem, náusea, tosse e problemas respiratórios. Essa exposição também está relacionada ao aumento do risco de câncer de pulmão, de infarto e de várias outras doenças graves e fatais relacionadas ao tabagismo.

A guerra santa que tenho incentivado, por meio da minha atuação parlamentar, felizmente, não está sendo vã e nem sempre tenho pregado no deserto! Portanto, enquanto puder falar e escrever contra o fumo " e sempre a favor da vida " pretendo perseverar.

alesp