Anualmente, ao chegar o mês de outubro, observamos tudo ficar Rosa. É a campanha Outubro Rosa que dá o tom para conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Ao percorrer diversos pontos da cidade, sobretudo alguns prédios públicos, nos deparamos com a fachada iluminada em tons de rosa. Mesmo na Assembleia Legislativa, a cor será predominante durante todo o mês. É uma campanha belíssima e que, além de contar com as iluminações em prédios públicos, sensibiliza milhões de pessoas que também aderem ao Outubro Rosa nas redes sociais, por meio de imagens que aludem ao tema e de eventos realizados durante todo o período. Mas é pouco! Muito pouco se considerarmos que, somente neste ano, no Brasil, mais de 57 mil mulheres deverão ser acometidas pela doença, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer. O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres, ficando depois somente do de pele não melanoma. Por ano, isso corresponde a cerca de 28% dos diagnósticos de câncer. Obviamente que potencializar as fontes de informação e conscientização durante o período em que a campanha está ativa é fundamental para que cada vez mais mulheres saibam como se prevenir e proceder em caso de suspeita da doença. Mas, sem dúvida nenhuma, a principal ação que deve ser disponibilizada às mulheres é o acesso ao tratamento. Afinal, de que adianta saber fazer o autoexame ou ser diagnosticada precocemente se, diante do diagnóstico, a mulher passa meses a aguardar pelo início do tratamento? Aliás, até mesmo para se diagnosticar, muitas mulheres, usuárias do sistema SUS, padecem na longa espera por exames como a mamografia. A angústia de ver o tempo correndo e nada sendo feito pode acentuar ainda mais o problema, ocasionando à paciente um quadro cada vez mais delicado. Por isso, acredito que mais do que colorir os monumentos públicos, temos que tomar atitudes mais efetivas como a promoção de políticas públicas mais eficientes que assegurem às mulheres a plena condição de saúde e tratamento. Ademais, é preciso focar não somente nas informações sobre a doença propriamente dita, mas também no que se refere aos direitos das mulheres, como o de fazer mamografia a partir dos 40 anos e o de ser submetida ao tratamento e até mesmo o direito de cirurgia plástica reparadora em caso de mutilação decorrente de tratamentos de câncer, tudo pela rede pública de saúde. Cito aqui como exemplo positivo a iniciativa de minha amiga deputada federal Pollyana Gama, também do PPS, que solicitou à Secretaria de Saúde do Estado que as cidades de Santa Branca, Caçapava e Bananal recebessem o programa "Mulheres de Peito", que consiste na realização de exames de mamografia em uma carreta itinerante. O pedido de Pollyana vai atender não somente as mulheres dessas cidades, mas também a população feminina de São José do Barreiro, Areias, Queluz e Arapeí e, assim, garantir o acesso a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. A campanha Outubro Rosa, como já mencionei, é de extrema importância, no Brasil e no mundo. Mas é preciso fazer mais para que ela deixe de ser apenas uma simples alusão ao problema e passe a assumir o papel de ação concreta e eficiente em favor da luta do Câncer de Mama. Assim, acredito, a saúde feminina poderá ser verdadeiramente mais cor de rosa. Vitor Sapienza Deputado Estadual " PPS