Opinião - A Educação é a prioridade


06/11/2017 14:58 | Vitor Sapienza

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Quando falamos em prioridade, estamos nos reportando ao fato de dar atenção especial a determinado assunto quando temos uma infinidade de questões para solucionar.

Venho falar sobre isso em um momento em que devemos nos atentar às eleições para presidente da República e para governador de cada um dos Estados e do Distrito Federal, que já nos batem à porta.

Já passamos por esse processo algumas vezes e sabemos que normalmente os candidatos, em suas campanhas, apresentam as suas metas, estabelecendo em alguns momentos as suas prioridades.

Com saudades, lembro-me que um dos maiores presidentes da república que o Brasil já teve foi Juscelino Kubitscheck. Na ocasião, a prioridade de JK era abrir estradas. Talvez, naquela época, essa realmente fosse a principal necessidade para dar andamento ao projeto de desenvolvimento de nosso país.

Contudo, hoje, em pleno século XXI, o cenário é outro. A sociedade avançou em alguns pontos e as necessidades já não são as mesmas da era JK.

Por isso, entendo que para listar as prioridades para o Brasil e para os Estados, devamos primeiramente observar modelos de outros países. E, nesse sentido, aponto a situação da Coreia do Sul e da China, que há duas ou três décadas tinham suas conjunturas econômicas similares a do nosso Brasil e hoje são consideradas grandes potências.

Muitos indagam como os dois países asiáticos conquistaram tamanho avanço. A resposta é simples e objetiva: ambos os países priorizaram a educação.

Sim, a educação é o caminho!

Para darmos os primeiros passos teríamos que, incialmente, estabelecer uma real valorização aos professores. E isso passa necessariamente pela compensação salarial, isto é, salários condignos à importância das atividades desses profissionais. Ademais, é preciso oferecer meios para que nossos mestres tenham acesso à qualificação e à capacitação constantes. Ainda, entendo ser fundamental o estabelecimento de procedimentos de meritocracia, de modo que os professores sintam-se sempre motivados ao aprimoramento.

Outro aspecto importante a ser revisto está relacionado ao corpo discente. Atualmente, ir à escola é equivalente a passar tempo. Isso porque não existem mais cobranças para que os alunos tenham bom desempenho. Ninguém mais é reprovado e é justamente aí que está o problema. Entendo ser urgente a necessidade de se estabelecer mecanismos de reprovação a quem não atingir os reais objetivos de suas respectivas séries durante o ano. Isso garantirá ao aluno a oportunidade de aprender de verdade e à sociedade que bons profissionais serão ofertados, posteriormente, ao mercado de trabalho.

Se há modelos dando certo, por que não os tomarmos como base? Não devemos ter vergonha de "copiar" os exemplos positivos dos coreanos e dos chineses no que tange à educação. Aliás, aqui mesmo, em nosso Brasil, temos modelos que valem a pena ser copiados, como o sistema educacional voltado às áreas de exatas, praticado no Ceará.

Não sou professor. Não sou especialista em educação, porém minha experiência de vida permite-me dizer que cheguei onde cheguei porque tive a felicidade e a proteção divina de ter estudado em boas escolas e ter tido ótimos professores, que na época eram muito mais valorizados e nós, alunos, muito atentos às nossas responsabilidades.

É possível avançar, mas para isso é preciso ter coragem de promover as mudanças necessárias. E para isso a prioridade deve estar na educação!

Vitor Sapienza é deputado pelo PPS

alesp