Opinião - Falta de cidadania


18/04/2018 11:31 | Coronel Camilo

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Vergonhosa a cena vista no centro de São Paulo no último dia 10/4. O Pateo do Collegio, marco histórico da cidade, teve sua fachada pichada com os dizeres: "Olhai por nós", puro vandalismo e um crime a ser apurado. O Pateo do Collegio é referência para estudantes e turistas do mundo inteiro. O péssimo exemplo foi gravado por câmeras na madrugada. Em um minuto e meio, com um extintor e tinta vermelha, um dos vândalos aparece atacando a fachada do local e foge em seguida.

A agressão a um bem público está inserida na lista de casos incluídos na desordem urbana, que transmite uma sensação de abandono e influência diretamente na segurança. Quando o ambiente aparenta abandono, com pichação, lixo no chão, camelôs irregulares e moradores de rua, a probabilidade de um crime ocorrer é bem maior. A prova está na chamada Teoria das Ja­nelas Quebradas (Broken Windows Theory), ao revelar que a deterioração da paisagem urbana enfraquece os controles im­postos pela população, aumenta a insegu­rança coletiva e convida à prática de delitos.

Os americanos James Wilson e George Kelling mostraram que, se uma janela de um prédio for quebrada e não for conser­tada, a tendência é que vândalos passem a jogar pedras nas outras janelas e depois ocupem o condomínio até destruí-lo.

É simples. Ao passar por uma rua onde existe grande quantidade de lixo, a ten­dência da pessoa é jogar naquele canto onde há bastante lixo. O mesmo vale para o amontoado de barracas de ambulantes sem licença. Aquilo é um agravante, pois criminosos cometem furtos em meio à multidão e a bagunça do cenário. No metrô, uma curiosidade: ao detectar alguma falha ou ato de vandalismo nos vagões, a equipe conserta imediatamente, para que aquilo não se torne rotina e ocorram mais danos por pessoas mal intencionadas.

Assim atuou o prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak. Ontem, após constatar o crime, pois pichação é crime ambiental, ele foi até o Pateo do Collegio e ofereceu funcionários da prefeitura de São Paulo para limpar a sujeira, mesmo sendo uma atribuição da igreja. Nem o piso do ponto histórico foi poupado e chegou a ficar com resquícios de mancha de tinta vermelha. As pessoas que ali dormiam também aparecem no vídeo, correndo assustadas.

Como deputado estadual, tenho duas frentes contra a desordem urbana na Assembleia Legislativa: a Frente Parlamentar de Segurança, para aprimorar a questão da segu­rança e reunir especialistas a fim de propor soluções ou projetos, e a Frente da Família, Cidadania e Cultura, para tratar a parte social de São Paulo. Juntos, sempre podemos melhorar o lugar onde vivemos.

Coronel Camilo é deputado pelo PSD

alesp