Opinião - Gerar empregos deve ser prioridade dos gestores públicos


04/06/2018 11:35 | Deputado Welson Gasparini

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O índice de desemprego no Brasil, segundo dados divulgados no último dia 27/4 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atingiu 13,1% no trimestre encerrado em março de 2018, maior nível desde maio do ano passado. Isso significa: 13,7 milhões de pessoas estão desempregadas no país!

São números verdadeiramente impres­sionantes porque mostram a imagem de um Brasil perdendo a batalha contra uma das suas piores chagas sociais: o desemprego. Cada desempregado - insisto sempre - não deve ser visto apenas como um dado estatístico mas, sim como um problema social e humano afetando milhões de famílias brasileiras. Imaginemos a situação de uma casa onde faltem recursos para a alimentação básica, com o chefe da família saudável, apto a trabalhar e querendo trabalhar mas sem oportunidades de trabalho. O desespero de buscar oportu­nidades de trabalho onde o trabalho deixou de existir.

Um indicador dessa crise no mercado de trabalho é o volume de pessoas ocupadas com carteira de trabalho assinada, atingindo o menor contingente da série. Em três anos, o país perdeu 4 milhões de carteiras de trabalho assinadas. O rendimento médio real dos trabalhadores ficou em R$ 2.169,00 no trimestre de janeiro a março de 2018, representando segundo o IBGE estabilidade frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2017 (R$ 2.173,00) e também em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.169,00). A massa total de rendimento de todas as pessoas ocupadas no país também permaneceu estável, em ambas as compa­­rações, em R$ 191,5 bilhões no trimestre.

Esses dados mostram um fato entriste­cedor: na comparação com o trimestre encerrado em dezembro, o número de desempregados no país aumentou em 1 milhão e 379 mil pessoas, representando uma alta de 11,2%. Em outras palavras: de dezembro de 2017 até abril de 2018, 1 milhão e 379 mil brasileiros perderam seus empregos, o ganha pão com o qual se sustentavam e aos seus familiares.

Já a população ocupada ficou em 90,6 milhões, queda de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em dezembro, quando era de 92,1 milhões. Ainda segundo o IBGE, o contingente de ocupados é o menor desde julho de 2017, quando também ficou em 90,6 milhões.

Gerar empregos, portanto, é obrigação e dever dos gestores públicos, embora remando contra a correnteza representada pela automação e pelo avanço da tecnologia. Mesmo porque as consequências desse desemprego a gente vê nas ruas de Ribeirão Preto, São Paulo e em quase todas as cidades brasileiras: crianças, jovens, homens e mulheres, na busca pela própria sobrevivência, pedindo esmolas e jogando, na cara das pessoas dotadas do mínimo de sensibilidade humana, o drama que vivem e pelo qual, lamentavelmente, não são responsáveis.

Welson Gasparini é deputado pelo PSDB e ex-prefeito de Ribeirão Preto

alesp