Carlos Giannazi denunciou no Plenário da Alesp, em 19/8, que o governo Doria, através da Secretaria da Educação, fará a implantação de forma autoritária do programa Escola de Tempo Integral em centenas de escolas. Além da redução do número de alunos no ensino regular, o modelo também inviabiliza o uso do período noturno para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma modalidade de ensino cada vez mais negligenciada.

"Essa decisão foi tomada sem que houvesse amplo debate com estudantes, pais, professores e gestores dessas escolas, e deve ser implantada apenas onde houver necessidade e consentimento da comunidade escolar", explicou o deputado.

O líder do PSOL explicou que outras condições também têm de ser consideradas, como a existência de unidades próximas que tenham capacidade de acolher os alunos que serão excluídos. "Uma escola que hoje tem mil alunos matriculados, se for transformada em escola de tempo integral, só poderá atender no máximo 300. E para onde vão os outros? Há escolas perto o suficiente? Tudo isso tem de ser levado em consideração!"

O modo como está sendo implantado o programa, de cima para baixo, deixa claro que não há objetivo pedagógico. "É só um instrumento de marketing político, por isso estamos acionando o Ministério Público e a Comissão de Educação para garantir ao conselho da escola a última palavra sobre o tema.