Opinião - Confissões confirmam golpe de 2016


18/09/2019 09:51 | Atividade Parlamentar | Márcia Lia

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Nos últimos dez dias, três confissões de figuras de destaque admitiram o golpe de 2016, que tirou Dilma Rousseff da presidência da República sem ter cometido crime. Na noite desta segunda-feira, o ex-presidente Michel Temer disse, textualmente no programa Roda Viva: "eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe", ao explicar que chegou a conversar com o ex-presidente Lula " revelada pela Vaza-Jato na semana passada " sobre a reaproximação do MDB do governo na tentativa de impedir o golpe. A sequência da história é o grampo e o vazamento seletivo e ilegal de parte da conversa entre Dilma e Lula, utilizada pelo ex-juiz Sérgio Moro para incendiar a sociedade contra os dois.

Na outra confissão, o embaixador brasileiro Ernesto Araújo - funcionário do Itamaraty desde 1991 - afirmou em palestra nos EUA: "posso dizer que nós conseguimos remover Dilma do governo". A última confissão vem de uma jurista, a hoje deputada estadual Janaina Paschoal - uma das autoras do pedido de impeachment - ao questionar: "alguém acha que Dilma caiu por um problema contábil?"

As três confissões são irrefutáveis e até agora as mais importantes porque não há meias palavras a serem interpretadas por convicções.

O Brasil vive uma tragédia no pós-golpe que elevou ao poder uma família ligada a milicianos cujo objetivo é se dar bem na vida, mesmo que custe entregar a vida do povo brasileiro para a fome, a miséria e a criminalidade; mesmo que custe entregar o país e suas reservas minerais, seus biomas, sua riqueza territorial; mesmo que custe perseguir, matar e discriminar.

As responsabilidades estão agora confessadas. Que cada um pague por seu crime.

*Márcia Lia é deputada pelo PT


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