Manutenção da carga horária por ensino remoto não garante aprendizado

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22/04/2020 16:38 | Atividade Parlamentar | Da assessoria do deputado Carlos Giannazi

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Em live promovida em 14/4 pelo deputado Carlos Giannazi e o vereador da capital Celso Giannazi, ambos do PSOL, o pesquisador e professor de políticas educacionais na UFABC, Fernando Cássio, disse ver uma inversão de valores em ações, nos diversos níveis de governo, que priorizam a burocracia em relação às reais necessidades do alunado.

Para ele, a "obsessão com o cumprimento dos dias letivos" tem o único objetivo de reduzir ao máximo o impacto orçamentário de uma eventual reposição de aulas. "Até a preocupação com a segurança nutricional dessas famílias ficou em segundo plano, tanto que a Defensoria Pública teve de intervir contra a prefeitura de São Paulo para que apresentasse uma alternativa à alimentação escolar. "

O autor de Educação contra a Barbárie (Boitempo, 2019) também fez questão de diferenciar a educação à distância (EaD) utilizada em cursos superiores " que exige um mínimo de preparo e de organização " em relação ao arremedo que está sendo feito por escolas públicas e particulares de todo o país. "O próprio Conselho Nacional de Educação está dando a esse improviso um nome diferente: ensino remoto", explicou.

Diretora de escola estadual, Ozani Martiniano de Souza, acrescentou que as políticas de EaD já vinham sendo implementadas num contexto de precarização da educação. Agora, em situação de catástrofe humanitária, além da falta de meios objetivos " computadores, banda larga e ambiente adequado para professores e alunos ", somam-se os fatores psicológicos e materiais causados pela pandemia.


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