Tema da Campanha da Fraternidade 2014 é tráfico humano

Ato solene reuniu religiosos para palestra de especialista no assunto
14/03/2014 18:42 | Da Redação: Gabriel Cabral - Foto: Márcia Yamamoto
João Sérgio da Silva, Antonio Carlos Frizzo (de pé), Padre Afonso Lobato, Marco Aurélio, Dom Fernando Legal, Tânia Teixeira de Souza, Dom Tarcísio Scaramussa, Ed Thomas e Toninho Evangelista

Público no auditório Teotônio Vilela acompanha debates

Mesa que coordenou os trabalhos da reunião

Padre Afonso Lobato preside debate


Diversos representantes de entidades religiosas de todo o Estado estiveram no ato solene desta quinta-feira, 13/3, sob a presidência do deputado Padre Afonso Lobato (PV), que tratou da Campanha da Fraternidade 2014 da CNBB, que trouxe o tema tráfico humano para o debate deste ano.

Também palestrou Tania Teixeira Laky de Sousa, advogada, assistente social e pesquisadora da PUC-SP, autora do livro Tráfico Internacional de Mulheres: Nova Face de uma Velha Escravidão, fruto de seu pós-doutorado em Serviço Social. Tania abordou o que chama de três P do tráfico humano: prevenção, punição e proteção. O último se refere às pessoas que estiveram em situação de tráfico.

A pesquisadora também relatou novas formas de recrutamento utilizado por criminosos, que convidam jovens para intercâmbios em diversos países, prometendo aprendizado de língua estrangeira em um mês. Tania entrevistou mais de cem mulheres traficadas em diversos países e falou da diferença entre tráfico e imigração ilegal. De acordo com a pesquisadora, no tráfico há força, fraude, coação, engano, seja real, percebido ou implícito, enquanto no outro caso, o indivíduo coopera de acordo com seu interesse.

Papel dos parlamentares

Lobato agradeceu a presença de todos e discorreu sobre a importância do debate do tema tráfico humano. Ele também afirmou que é papel dos parlamentares ouvir, conhecer e encontrar mecanismos e instrumentos para combater o crime. Lobato lembrou também do encontro com Marco Aurélio de Souza (PT), em São José dos Campos, onde falaram sobre o amadurecimento na Comissão de Direitos Humanos sobre o encaminhamento de uma proposta para criação de uma delegacia para tratar propriamente do tráfico humano.

Marco Aurélio citou estatísticas sobre os bilhões de reais que envolvem o tráfico, o que classificou como um crime econômico. Falou da CPI que investigará o trabalho escravo e da ligação deste com o tráfico humano.

Ed Thomaz (PSB) disse que o "tráfico humano atinge muito mais as mulheres, dentro e fora do país".

Carlos Bezerra Jr. (PSDB) também esteve no encontro.

Raízes da campanha

Dom Fernando Legal, bispo de São Miguel Paulista, contou sobre as raízes da campanha da fraternidade, quando três padres do Nordeste realizaram um evento para angariar fundos para a Caritas nacional. Mais a frente, a atividade foi ampliada para dioceses, paróquias, comunidades e instituições. "Ela é feita durante a quaresma, pois este é um tempo de revisão de algo que está errado e num caminho distorcido", disse o bispo, que também lembrou os objetivos permanentes da campanha da fraternidade: despertar o espírito comunitário cristão; educar para a vida de fraternidade, a partir da justiça e do amor; e renovar a consciência da responsabilidade de todos na evangelização e na promoção humana em vista de uma sociedade justa e solidária.

Também participaram José Sérgio da Silva, da Cáritas, Antonio Carlos Frizzo, secretário regional da Campanha do Agasalho, Dom Tarcísio Scaramussa e Toninho Evangelista.

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