Opinião - A moda da rotulação na contramão do progresso


07/12/2017 06:30 | Vitor Sapienza

O modismo nos dias de hoje é tipificar acontecimentos, conceituá-los e mediante uma generalização rapidíssima, padronizá-lo. Isto nos leva a conclusões errôneas na maioria das vezes, com consequências funestas.

Quando uma pessoa sã por qualquer motivo tem um desmaio, é chamada muitas vezes por quem não tem conhecimento algum de medicina de epilética.

Se, ao termos um posicionamento de Direita vemos alguém discordando de nosso ponto de vista, é comum dizermos que a pessoa é comunista ou esquerdopata.

Se somos católicos e alguém não professa nossa crença, nós já estabelecemos que ele é ateu.

Se torcemos por um time de futebol e aparece alguém com opinião contrária para conversar a respeito, nós estabelecemos que esse indivíduo não entende de futebol.

Se criticamos a maneira dos professores transmitirem o conhecimento aos alunos, há quem diga que não entendemos de pedagogia ou que somos contra os professores.

Se respeitamos o comportamento das mulheres, principalmente no modo de vestir, alguém nos rotula de carola.

Se reclamamos da educação que nos dias de hoje os pais dão (ou não dão) aos filhos, somos rotulados de inimigos da liberdade.

Se procuramos respeitar as tradições, tipo família, patriotismo e outras virtudes que hoje estão esquecidas, somos rotulados de saudosistas e conservadores.

Se apoiamos as atitudes de energia que muitas vezes as polícias civil ou militar são obrigadas a usar, levamos a pecha de amigos da violência e ditadores.

São tantos os casos que ocorrem que gastamos muito tempo em vão para descrevê-los.

Porém, uma verdade é incontestável: está na hora de pararmos com rotulação e de inventarmos desculpas que nos levam a uma divisão que em nada contribui com a sociedade. Afinal, respeito é a base de uma sociedade civilizada.

Infelizmente, esse modismo de rotular, separar nossa sociedade em grupos rivais por termos opiniões distintas parte grandemente dos meios de comunicação de massa, ou seja, imprensa escrita e falada.

Vamos rever esses conceitos e tentar contribuir com ideias e atitudes efetivas em favor do desenvolvimento de nosso país. Até porque, nenhuma verdade é absoluta e há sempre uma forma de pensar entre a nossa e a dos outros, muitas vezes a terceira que não é a dos citados pode ser a verdadeira.

Vitor Sapienza é deputado estadual pelo PPS

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