Reitor da USP presta contas em comissão


16/05/2018 15:48 | Leonardo Battani - Fotos: Marco Antonio Cardelino
Orlando Bolçone preside a comissão

Parlamentares na comissão

Parlamentares na comissão

Parlamentares na comissão e público presente

Vahan Agopyan e Orlando Bolçone

Vahan Agopyan

Parlamentares na comissão e público presente

Público Presente

Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação


A Alesp contou com a presença do reitor da Universidade de São Paulo (USP) Vahan Agopyan, que prestou contas sobre sua gestão durante a Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação, na quarta-feira (16/5). Além de citar os projetos realizados por sua administração desde novembro de 2017, o professor foi questionado por deputados e manifestantes sobre o orçamento do Hospital Universitário (HU).

Pauta de audiências na Assembleia durante o ano passado, a crise do HU estende-se desde 2014 e entrelaça-se com a crise financeira da USP. Naquele período, iniciou-se um plano de demissões voluntárias de funcionários, e, mais recentemente, o fechamento do Pronto-Socorro Infantil e Adulto.

De acordo com o reitor, há quatro anos, 104% do orçamento da universidade era gasto com pessoal " número que diminuiu para 91%. Para ele, o montante ainda não é o ideal. "Antes tínhamos reservas maiores, agora elas estão muito baixas", disse.

A USP recebe cota-parte de 5,02% da arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). No orçamento para 2018, R$ 4,99 bilhões de seus R$ 5,1 bilhões aprovados provêm desse tributo.

A Alesp aprovou no ano passado emenda para o HU, destinando R$ 48 milhões em royalties do petróleo para a instituição, os quais, segundo o reitor, não contam como valor extra, pois já compunham o orçamento - e ainda faltam recursos.

Na análise do deputado José Américo (PT), houve um problema técnico na destinação dos recursos. "O valor da emenda foi para uma rubrica de custeio, o que não pode ser usado na contratação de pessoal", explicou.

Para o parlamentar Carlos Giannazi (PSOL), há uma tentativa de desmonte da universidade. "Assusta-me o desconhe­cimento do reitor acerca da emenda apro­vada pelos deputados aqui da Alesp", disse.

O relator do orçamento de 2018, deputado Marco Vinholi (PSDB), reconheceu a luta pelo HU como um movimento apartidário.

Membro do Diretório Central dos Estudantes da USP, Malu Corullon relatou uma série de tentativas de diálogo com Vahan Agopyan que não foram atendidas. O Movimento Butantã na Luta mostrou três protocolos de solicitações de audiência com o reitor, também não realizadas.

Além de atender os moradores da região do Butantã, o HU funciona como um hospital-escola para os alunos da USP. Segundo Maria, que está no terceiro ano de medicina, oito cursos da universidade passam pelo HU. "O reitor tem uma responsabilidade com a gente, e precisamos que se comprometa a contratar profissionais e abrir o hospital", afirmou.

Gestão de 2018

Na prestação de contas, Vahan Agopyan citou 11 projetos em execução durante sua administração, divididos em três eixos: relação com a sociedade, excelência acadêmica e valorização dos recursos humanos.

No primeiro deles, uma das propostas é o Programa Vem pra USP, cujo trabalho é feito com alunos de ensino médio das escolas públicas. "O objetivo é mostrar a acessibilidade da universidade e que é possível superar e melhorar suas habilidades", comentou o reitor.

No segundo eixo, a iniciativa foi feita por meio do Inova USP, espaço interdisciplinar no campus Butantã para a realização de projetos de alunos e professores.

No terceiro eixo, existe o estímulo aos funcionários técnicos, administrativos e docentes. "Devemos procurar incentivos além dos salários, mas falta orçamento."

O presidente da comissão, deputado Orlando Bolçone (PSB), saudou a oitiva. "O reitor trouxe toda sua diretoria para responder às questões, tivemos bastante participação dos deputados e permitimos a participação de representantes da comunidade", avaliou.

Além dos citados, estiveram presentes os deputados Carlos Neder (PT), Davi Zaia (PPS), Doutor Ulysses (PV), Gustavo Petta (PCdoB), João Paulo Rillo (PSOL), Roberto Massafera e Welson Gasparini (ambos do PSDB), Rodrigo Moraes (DEM).

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